LEIS ESPIRITUAIS

 





 

Não é nada fácil absorver da Bíblia as Leis Espirituais. Isso acontece porque, muitas vezes, são confundidas com as verdades eternas nela contidas, já que elas são, também, verdades eternas. Neste estudo iremos meditar sobre esse maravilhoso assunto que irá fazer você, leitor, se aproximar muito mais do Criador e ser edificado espiritualmente, já que entenderá coisas que afetam o mundo físico e espiritual. Sabemos que, quanto mais nos aprofundamos no conhecimento bíblico, mais conhecemos a Deus e a nós mesmos e isso nos ajuda a entender o quanto Deus é infinitamente maior e o quanto dependemos dele.

 

Mas, afinal, o que são as Leis Espirituais? Em simples palavras, são regras criadas por Deus que estruturam o universo; em sua infinita sabedoria as implementou a fim de que, nem Ele próprio, as infringisse. Talvez você esteja espantado com o que disse agora, já que Deus é onipotente, mas quando digo “nem Ele próprio”, não quer dizer que Deus não tenha esse poder, mas ele não o faz por ser justo. Um juiz justo cumpre as leis.

 

Assim como as leis da física foram criadas para o universo físico, a exemplo das leis da inércia, da gravidade, da ação e reação, termodinâmicas, etc., as leis espirituais foram criadas para o universo espiritual. Há uma verdade diretamente relacionada a essas leis espirituais que precisa ser dita e entendida: muitas coisas que são feitas no mundo físico, interferem diretamente no mundo espiritual e vice-versa. Por isso é tão importante conhece-las. Muitas vezes não conseguimos explicar certos acontecimentos e apenas, pela fé, aceitamos e dizemos para nós mesmos: “é a vontade de Deus!”; “só Deus sabe o motivo!”, entre outras frases que dizemos a nós mesmos, para nos fortalecer, ou fortalecermos a alguém que amamos. No entanto, ao conhecermos como funcionam as leis espirituais é possível evitar certas situações no mundo físico, e, caso já tenham ocorrido por reação a uma transgressão de uma lei espiritual, poderemos aprender com os nossos erros.

 

Ainda que no princípio não existisse a Lei de Moisés, Deus não muda e sobre ele não há nenhuma sobra variação (Tg 1:17). É possível entender que, desde o Jardim do Éden, as leis espirituais sempre vigoraram e ao haver obediência ou transgressão, geraram bênçãos ou maldições. Os mandamentos vieram para direcionar o homem, ao mesmo tempo em que vieram para cientificá-lo do pecado. A inclinação ao bem gera bênção; a inclinação ao mal, maldição. Ou seja, estamos sujeitos a receber as reações de nossas escolhas.

 

Você deve estar se perguntando “Deus nos amaldiçoa?” Eu preciso te responder que sim. Mas Ele também nos deu a cura para isso, desde o princípio dos tempos. Apesar de tanto a bênção quanto a maldição serem provenientes Dele, estamos diante do bem e o mal e somos nós que escolhemos de que lado ficar.

 

Vejamos algumas leis, mas não nos ateremos a todas elas, pois elas se entrelaçam, e muitas vezes, se auto explicam:

 

Lei do Livre Arbítrio

O que significa o livre arbítrio? É a liberdade que o ser humano tem de tomar decisões de acordo com a sua própria vontade. Não se trata de liberdade de ir e vir, ainda que algumas vezes essas ações possam estar inseridas no conjunto espiritual, mas trata-se, especificamente, de boas e más escolhas. Um presidiário, por exemplo, tem o seu direito de ir e vir interrompido, mas pode decidir fazer o bem em diversas ocasiões na penitenciária.

 

Biblicamente, sabemos que houve um homem, Adão, que utilizou o seu livre arbítrio de forma errada, gerando a maldição sobre toda a humanidade. Caso queira se aprofundar nesse assunto, leia o estudo: O PECADO. Mas qual o motivo de a maldição não ter caído apenas sobre Adão? Simplesmente porque as Leis Espirituais são universais sendo impossível que atinjam um único indivíduo, mas as consequências se estendem para a sua posteridade.

 

Vemos isso acontecer por diversas vezes na bíblia, não só no caso de Adão. Quem não se lembra do pecado de Acâ, em Josué 7? A ordem de Deus era que todos os objetos daquela cidade deveriam ser destruídos. Uma ordem diferente, já que muitas vezes Deus permitia que Israel ficasse com os despojos de guerra. Mas Acã achou que não faria mal se apossar de alguns objetos e, depois disso, a ira do Senhor acabou caindo contra todo o povo. A guerra contra a cidade de Ai não foi vitoriosa, tendo Israel perdido trinta e seis homens de guerra, por causa da desobediência de apenas um homem. E quando Josué se prostrou diante da Arca do Senhor, onde permanecia a presença de Deus, a resposta foi simples: enquanto Israel não destruísse os “objetos consagrados” que juntou aos seus bens, Deus não poderia mais ajuda-los (Js 7:11-12). Eis a resposta porque não poderiam ficar com nenhum objeto como despojo de guerra: Eram consagrados a outros Deuses. Precisamos entender que, para toda ordenança, existe um motivo. Mas isso ainda se dá no Novo Testamento? Veremos mais a frente que sim.


No novo testamento há algo muito importante para ser elucidado neste estudo:


Examine, pois, cada um a si próprio, e dessa maneira coma do pão e beba do cálice. Pois quem come e bebe sem ter consciência do corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação. Por essa razão, há entre vós muitos fracos e doentes e vários que já dormem. 

Coríntios 1:28-30


É preciso que os membros da Igreja do Senhor reflitam sobre essa passagem. Antes de tomar a Ceia do Senhor é necessário examinar a si próprio, reconhecer os seus pecados, se arrepender e, só então participar da Ceia com os irmãos. Além de reconhecer o sacrifício de Cristo, esse momento simboliza também a união, a comunhão entre nós e o Senhor. Simboliza, além do seu sangue derramado, que todos devemos ser um. E se apenas um de nós estiver em pecado, isso contamina todo o Corpo de Cristo. por esse motivo Paulo nos alerta que entre nós há muitos fracos e doentes, e muitos que "dormem" por não saber discernir tão importante doutrina que Jesus nos ensinou.


Lei da Justiça Espiritual

É um tipo de lei de Ação e Reação Espiritual. Para entender melhor, vamos ao Livro de Êxodo, Capítulo 20:5b-6: “porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos”.

 

"Prestem atenção! Hoje estou pondo diante de vocês a bênção e a maldição. Vocês terão bênção se obedecerem aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, que hoje estou dando a vocês; mas terão maldição se desobedecerem aos mandamentos do Senhor, o seu Deus, e se afastarem do caminho que hoje ordeno a vocês, para seguir deuses desconhecidos.”

Dt 11:26-28

 

Podemos dizer que essa passagem nos mostra que Deus amaldiçoa os que transgridem a lei, e abençoa os que a cumprem. Como lido, essas consequências não estarão somente sobre a pessoa que o faz, mas a sua descendência. Ou, como vemos o caso de Acã, sobre toda a nação, ou ainda, no caso de Adão, sobre toda a humanidade. Há diversos exemplos na Bíblia. Talvez Deus queira frisar a importância de nos atentarmos para essa verdade.

 

Ao escolher Abrão, Deus lhe deu diversas promessas e todas elas eram de bênçãos. Mas algo mudou após o pecado de Abraão no Egito. Ao mentir a faraó que Sarai era apenas a sua irmã, omitindo que era a sua esposa, fazendo com que Faraó pecasse, podemos ver Deus dizer algo que não era só bênção. Apesar de, aparentemente, não estar ligado ao pecado de Abraão, esta maldição só foi informada depois desse pecado. Israel ficaria em cativeiro de 400 anos. Onde? No mesmo lugar onde Abraão pecou: no Egito. Coincidência? Nada que nos é ensinado é coincidência! Tudo está correlacionado.

 

“Então disse a Abrão: Sabes, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos”.

Genesis 15:13

 

Ainda que Abraão tenha sacrificado animais pelos seus pecados, sacrifícios que simbolizavam a expiação de Jesus, a maldição refletida por causa do pecado não deixará de ser cumprida. Uma coisa é o perdão de Deus; outra é a consequência do pecado que não deixará de acontecer.

 

Vemos, também, em II Samuel 11, que o adultério e assassinato de Urias geraram consequências para Davi e as futuras gerações. Ainda que Davi tenha se arrependido, relatado em no capítulo 12:13-14: “Então Davi disse a Natã: — Pequei contra o Senhor . E Natã respondeu: — Também o Senhor perdoou o seu pecado; você não morrerá. Mas, porque com isto você deu motivo a que os inimigos do Senhor blasfemassem, também o filho que lhe nasceu morrerá.” Já refletiram sobre quem eram esses de quem Deus estava falando, já que ninguém sabia desse pecado? O pecado trouxe as maldições, e estas são cobradas pelos inimigos de Deus. Agora vamos ao Novo Testamento encontrar mensagens que nos alertam sobre as maldições. Em 1 Pe 5:8 nos é revelado que o diabo, nosso adversário, está ao nosso derredor esperando uma brecha para que possa entrar e nos destruir. Essas brechas são as portas que abrimos com os nossos pecados não confessados. Alerto em negrito para elucidar que é exatamente disse que se refere o Senhor a Davi. Satanás cobra de Deus as consequências dos pecados. Por isso, além da morte de seu filho, o capítulo traz diversas outras consequências que sobreviriam sobre Davi com o passar dos anos. Porém, apesar das consequências, Deus o perdoou, e Davi chegou a ser chamado de homem segundo o coração de Deus (Atos 13:22). Ele engradecia o nome do Senhor e lhe dava tantas honrarias, que nos deixou a herança de diversos Salmos maravilhosos. Vemos, também, em diversas passagens que Deus suportou os pecados de Israel por diversas gerações, nunca a destruiu por completo, deixando claro que foi por amor a Davi, seu servo. Assim como exemplificava as suas boas atitudes: “para fazerem o que é reto aos meus olhos, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como Davi, seu pai” (1 Reis 11:33-34), entre outros.

 

Sim, nós abrimos portas para a entrada de bênçãos e maldições em nossa vida, e consequentemente, na vida de nossos descendentes, de uma nação. Mas existe uma maravilhosa notícia, profetizada no Antigo Testamento e cumprida no Novo Testamento:

 

“Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.”

Malaquias 4:5-6

 

“Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”

Isaías 53:4-5

 

O que seria “enviarei o profeta Elias”? Certamente não se trata da reencarnação de Elias, mas trata-se do Espírito Santo que agiu em Elias, confrontando Israel a reconhecer os seus pecados, agiria da mesma forma em João, confrontando Israel a reconhecer os seus pecados e ser batizado. Ele abriu as portas para o sacrifício do cordeiro perfeito, que tirou o pecado do mundo, se tornando maldição para que não fôssemos mais amaldiçoados. Na Cruz do Calvário Jesus conquistou para a humanidade a cura de doenças, o perdão de pecados e a substituição das maldições em bênçãos.

 

“Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro.

 Isso para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé.”

Gálatas 3:13-14

 

Mas precisamos entender que a vitória existe, mas não é automática. Jesus morreu para salvar a humanidade, mas só serão salvos os que se arrependerem e seguirem os seus passos; o Messias levou sobre si as nossas enfermidades e sobre as suas pisaduras fomos sarados, mas precisamos pedir a Ele a cura, orar uns pelos outros para sermos curados (pode acontecer, ainda, como o espinho de Paulo, que uma ou outra enfermidade tenha um propósito maior, e ele não a cure); as maldições podem ser transformadas em bênçãos, mas precisamos pedir perdão pelos pecados presentes e geracionais, assim como fez Neemias (Neemias 1:16), Jeremias (Jeremias 14:20), etc.. Uma oração é suficiente para quebrar esse elo de pecados que seguem os descendentes. Não é necessário fazer campanha, nem rituais, etc. basta orar em nome de Jesus, que se fez maldição por você.

 

Lei da Herança

Como você pode ver, essa Lei já foi comentada acima. Como estão interligadas, não há como falar de uma sem mencionar outra. Na verdade, com as palavras ditas até aqui, falamos de todas as leis espirituais, inclusive a Lei do Amor, tendo João 3:16 como âncora dessa verdade: "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna". A Lei da Herança também engloba as bênçãos e as maldições. Ainda que muitos teólogos resistam em acreditar que existam essas maldições hereditárias ou legados espirituais, inclusive levantando a Lei da Responsabilidade com o versículo de Ezequiel 18:20: “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a maldade do pai, nem o pai levará a maldade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.”,  não se pode esquecer das consequências do pecado. Existem diversos outros versículos citados neste estudo, e outros não citados, bem como fatos narrados nas Escrituras que podemos enxergar a ocorrência da herança. Contrariando a muitos teólogos, ela existe e está funcionando a todo valor no mundo, a não ser sobre aqueles que foram remidos pelo sangue do cordeiro, caso tenha confessado o seu pecado, e dos seus antepassados. Devemos estar alertas que, de acordo com a hermenêutica protestante, não se pode fazer doutrina com um só versículo, ou seja, deve-se considerar o contexto, bem como tudo o que as Escrituras falam sobre o assunto, a fim de elucidar o que está obscuro. Se não houver outra passagem que possa elucidar, esse único versículo não deve servir de doutrina.

 

Sabemos, no entanto, que no Novo Testamento não há menção a qualquer fato sobre legado espiritual, simplesmente, porque todos aqueles que receberam Jesus Cristo como senhor e salvador de suas vidas, se tornaram novos homens, isso quer dizer que se arrependeram de seus pecados e seguem um novo caminho. Suas maldições estão quebradas. O povo de Israel sempre teve o costume de orar uns pelos outros, de pedir perdão pelo pecado de sua família, de sua nação e de seus antepassados. Vemos isso em Jó, Reis, Samuel, Salmos, na verdade quase todos os livros tem um servo do Senhor pedindo perdão ou fazendo sacrifícios pelos pecados de seus filhos, ou de sua nação. Isso é comum para a cultura de Israel. Talvez por isso não houvesse a necessidade de frisar esse assunto, já que a sua cultura já englobava o ato de oração uns pelos outros e pelos seus familiares e nação. Vamos trazer essa cultura para nossas vidas, pois assim nos foi ensinado. Não oremos apenas por nós mesmos. Não foi assim que Cristo nos ensinou.

 

Apesar de muitos teólogos acreditarem que a maldição hereditária só existiu no antigo testamento, não existe qualquer motivo para resistirmos a orar neste sentido, logo que nos convertemos. Continuar a orar por nossos familiares, e o nosso futuro, tenho certeza que continuaremos. Orar para romper possíveis maldições do passado não fará nenhum mal, mas bem, então, ore. Faça como Neemias e tantos outros servos do altíssimo. Oremos por nós, pelos nossos filhos, pela nossa família, pela igreja, pelos nossos governantes, pelo perdão dos pecados de nossa nação, pela quebra das maldições geradas pelos pecados de nossos antepassados, pelo arrependimento de nossos amigos, familiares, igreja, nação...

 

“No dia vinte e quatro desse sétimo mês, o povo de Israel se reuniu para jejuar a fim de mostrar a sua tristeza pelos seus pecados. Eles já haviam se separado de todos os estrangeiros. Em sinal de tristeza, vestiram roupas feitas de pano grosseiro e puseram terra na cabeça.

Então se levantaram e começaram a confessar os pecados que eles e os seus antepassados haviam cometido. Durante mais ou menos três horas, a Lei do Senhor, seu Deus, foi lida para eles. E nas três horas seguintes eles confessaram os seus pecados e adoraram o Senhor.”

Neemias 9:1-3

 

“Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz.”

Tiago 5:16

 

 “Tu usas de misericórdia até mil gerações, mas retribuis o pecado dos pais nos filhos. Tu és o grande e poderoso Deus, cujo nome é Yahweh dos Exércitos. Teus propósitos são altíssimos e tuas realizações, poderosas. Teus olhos observam todo o comportamento dos seres humanos, a fim de retribuíres a cada pessoa segundo a sua atitude, segundo merecem os seus atos.”

Jeremias 32:18-19

TEOLOGIA UNIVERSALISTA CRISTÃ

 A distorção que devolve muitos ao cativeiro






Quem já não ouviu falar que a salvação é universal? Jesus pagou os pecados de toda a humanidade, e não há mais nada que precisemos fazer para que sejamos salvos. Essa afirmação seria verdade? 

Ante aos vários ensinos existentes na internet, filmes de Netflix, que podem impactar a vida cristã e acabar levando o crente a um caminho sem volta, é importante discernir se uma doutrina é ou não bíblica, para que não sejamos, sequer, maleáveis, ou simpatizantes com nenhuma doutrina distorcida. É preciso conhecer para amadurecer e permanecer firmado na verdade.

A teoria da salvação universal vem do "Universalismo" - filosofia que defende a ideia de que a reconciliação entre a humanidade e o divino é universal. Ela pode ser detectada em várias religiões, inclusive as não-cristãs. No cristianismo existe a Teologia Universalista Cristã, que possui diversas vertentes, mas vamos nos ater a certos pontos que acabaram influenciando muitas denominações. A doutrina do Universalismo entrou na igreja na época de Clemente de Alexandria e seu discípulo Orígenes, influenciados por pensamentos gnósticos. A doutrina do purgatório nasceu como fruto desse ensinamento. 

Então, precisamos nos perguntar: Jesus se sacrificou por toda a humanidade? Sim, essa é uma verdade maravilhosa! Mas essa é toda a verdade? Não. Existem mais verdades que geram condições e a complementam. Precisamos lembrar do que Jesus disse. Ele está à porta e bate! Diante disso, é necessário abrir a porta. A Palavra do Senhor nos ensina que, apesar do dom da salvação ser imerecido, ou seja, por meio da graça, existem algumas condições para que, realmente, sejamos alcançados por ela.

O grande risco de contaminação do Evangelho com a filosofia do universalismo se dá porque, a princípio, parece uma doutrina bíblica, se lermos trechos isolados. Paulo, em sua Epístola aos Romanos, mostra que, sim, a salvação foi dada a toda a humanidade, mas as condições para acessar essa graça estão espalhadas em todo o Novo Testamento. Vejamos:


Salvação para Todos os Homens:


Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos, muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.

Romanos 5:15-18


A primeira Epístola aos Coríntios também elucida essa passagem:

 

"Pois como em Adão TODOS morrem, assim também em Cristo TODOS serão vivificados."

I Coríntios 15:22 

 

Essa passagem isolada parece revelar que a salvação abrange a todos os homens. Mas quando se lê o Capítulo 5 inteiro de Romanos, entendemos que Paulo fala da salvação de maneira genérica, mas não deixa de falar da "morte". É preciso morrer em Cristo. Se arrepender. Ou seja, existem condições para estar debaixo da graça.

É certo que todos os seres humanos receberam a Salvação por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo, pelo qual todos foram reconciliadas com Deus. Porém, também é certo que nem todos tomam posse dessa reconciliação, porque não atenderam ao chamado para a salvação, em virtude do livre arbítrio. Apesar de Jesus ter se sacrificado em prol de todas as pessoas do mundo, somente aqueles que beberem do seu sangue e comerem da sua carne, ou seja, aqueles que creram em Jesus, se arrependeram de seus maus caminhos e seguiram os Seus passos, obedecendo aos Seus mandamentos, são os que têm parte com Ele. Essa verdade se baseia em várias passagens bíblicas, podemos citar algumas delas:


Salvação para Todos os Homens que decidiram abrir a porta para Jesus entrar: 


“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.

(João 1:11-13)

 

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus

(João 3:16-18)

 

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo? Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada”.

João 14:21-23 

 

Outra doutrina da Teologia Universalista é a crença de um inferno temporário. Para eles, um inferno eterno seria injusto e contra a natureza dos atributos divinos, como o amor. Então, com uma doutrina que defende que não há condenação eterna, abriu-se margem para, a partir do Século XX, surgirem denominações cristãs que não se atém a pregar a santidade aos seus membros. A não existência de uma condenação eterna estimula as pessoas a viver uma vida mundana, manchada pelo pecado.


A doutrina Universalista se embasa no grande amor de Deus, mas o conceito desse amor não é bíblico, pois é permissivo com o pecado. Vejamos o que a Bíblia diz sobre o amor de Deus:


“E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros.

E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, que andeis nele. Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo.

Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganhado, antes recebamos o inteiro galardão. Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus. Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras.

2 João 1:5-12

 

Essa passagem bíblica deveria estar estampada em todos os lugares para nos lembrar de que aquele que não persevera na doutrina de Cristo, nos mandados de Deus, não tem parte com Ele. O amor de Deus é, sim, maravilhoso, insondável, constrangedor, e, por isso, Ele nos deu o Seu Filho para que nós, pecadores, não precisássemos sofrer a condenação da morte eterna (leia o estudo sobre expiação). Éramos nós que deveríamos ter padecido. Mas Deus, em sua infinita misericórdia, sabendo que apenas a nossa morte não nos daria a vitória sobre a condenação/morte eterna, entregou Seu Filho, que nunca pecou, para que, por vontade própria, derramasse o Seu sangue imaculado para a remissão dos pecados, dando a todos os que o receberem a restauração da comunhão com o Pai, e a vida eterna, por meio de Sua ressurreição, para que saiamos da morte para a vida.


Mas precisamos entender que tomar posse do perdão requer seguir os passos daquele que venceu o pecado. Requerer arrependimento. Inclusive, o ensinamento bíblico sobre o que deve ser feito com essas pessoas que se dizem cristãs e não se comportam como cristãs, é a separação do corpo de Cristo, ou seja, a separação da Igreja. Como diz o Apóstolo Paulo, “Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus” (I Co 5:5). Não devemos confundir com o isolamento do crente com as pessoas do mundo, pois os que não conhecem a Jesus precisam ser iluminados com a luz que deve emanar do cristão.


 

Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse iníquo.

1 Coríntios 5:9-13

 

Antes, porém, de tomar uma decisão tão drástica, é necessário repreender o irmão para que se arrependa. Vejamos as palavras de Jesus:


Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão; Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 

Mateus 18:15-18


O cristão deverá viver em novidade de vida, em santidade. Claro que, se errar, temos um advogado junto ao Pai, e poderá se converter, mas precisa se esforçar para amadurecer e ser purificado pela Palavra, que é lâmpada para nossos pés. Permanecer no pecado e achar que pode pedir perdão pelo mesmo erro eternamente, voltando a praticar as mesmas tolices, incessantemente, não é atitude de uma pessoa que renasceu em Cristo.


Por que Jesus alerta que a pessoa que não se arrepende deva ser retirada da Igreja? A própria Bíblia nos ensina. Há um contínuo alerta em ambos os testamentos sobre o pecado. O fermento que contamina e leveda todo o pão. Basta um pouco, e a massa será transformada. Basta um pouco de pecado, e toda a Igreja estará achando que tudo é permitido.


Santidade é requerida em toda a Bíblia. Passagens do Antigo Testamento, a exemplo de Levítico 19:2 – “Diga o seguinte a toda comunidade de Israel: Sejam santos porque eu, o Senhor, o Deus de Vocês, sou santo”, e do Novo Testamento, em incontáveis livros e versículos, inclusive em 1 Pe 1:16, que traz à tona esse mesmo versículo de Levítico, mostram que  Deus não mudou. Imutável é o Senhor! O Escritor do Livro aos Hebreus nos alerta com tanta intrepidez: “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). Se Jesus, que é santo, nos deu o livre acesso ao Pai, que é santo, também requer que sejamos santos.


Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

(Mateus 7:21)

 

Jesus respondeu-lhe: “Se alguém me ama, obedecerá à minha Palavra; e meu Pai o amará, e nós viremos até ele e faremos nele nosso lar.

João 14:23

 

Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor, exatamente como Eu tenho obedecido às ordens do meu Pai e permaneço em seu amor.

João 15:10

 

Seja, este tal, entregue a Satanás para destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus. Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele. Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.

1 João 2:4-6

 

Porquanto, nisto consiste o amor a Deus: em que pratiquemos os seus mandamentos. E os seus mandamentos não são penosos.

1 João 5:3

 

Irmãos, deixo esse breve estudo, mas gostaria de comentar como o Espírito me tocou a soprar a trombeta sobre o assunto. Depois de um dia cansado de trabalho, sexta-feira, a fim de distrair minha mente, busquei um filme cristão para ver, no Netflix, como o “Quarto de Guerra”, que é um filme amável. Mas me deparei com “O Caminho da Fé”, pensando ser um filme edificante. É um filme baseado em fatos reais que trata da “conversão” de um pastor, originalmente tradicional, a essa Teologia tenebrosa da Salvação Universal. Um filme que, está alcançando milhares de telespectadores levando-os, pelo carisma, a aceitar essa distorção bíblica como verdade. Aquele que não tem conhecimento mais profundo da Bíblia, ou novo convertido, será enganado e, muito possivelmente, será “blindado” para que não receba uma pregação legítima do Evangelho. Oremos pela Igreja e por aqueles que ainda não receberam Jesus em seus corações, para que não absorvam tal ensinamento equivocado em sua vida. Amém.

PEDRO, TU ÉS PEDRA

 



À medida que se aproximam dele, a pedra viva – rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus, e preciosa para ele, Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.

Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.

1 Pe 2:4-10 

Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus;
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina;
no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce para templo santo no Senhor,
no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito.

Efésios 2:19-22 

e beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
1 Coríntios 10:4


A frase do título é bem conhecida entre os cristãos, mas será que a essência do que Jesus falou está sendo entendido corretamente? Quando Jesus mudou o nome de “Simão” para “Pedro”, ele quis revelar algo espiritual. Além disso, Jesus chamou Pedro para ser pescador de homens e cuidar de suas ovelhas quando subisse aos céus, mas não antes que o Espírito descesse e capacitasse a todos os que chamou para a sua obra.

Por algum motivo, alguns tomaram essa verdade e reduziram o foco apenas para o pastoreado, ao mesmo tempo em que expandiram o significado, o colocando como o único capaz de se achegar a Deus e interceder pelas ovelhas, ou o único que tivesse as chaves entre o homem e Deus. Uma heresia tão abominável, quanto satânica.

É indiscutível que Pedro tenha sido chamado para ser um líder da Igreja, mas não “o” líder da Igreja, já que "O Líder" é o próprio Cristo. O seu chamado foi para liderar e anunciar o Evangelho entre os Judeus. Assim como o chamado de Paulo foi para ser líder e missionário dos gentios (Um parêntese para lembrar que, apesar do chamado entre os judeus, Pedro foi o primeiro a pregar aos gentios, logo após Deus abrir o seu coração para que entendesse que não deveria considerar impuro o que Ele purificou, conforme o episódio relatado em Atos 10:9-16). É Jesus, não Pedro, a “Pedra de Esquina”, a pedra principal de uma construção espiritual; aquela que sustenta toda a estrutura, a Igreja, o Templo. Os apóstolos foram chamados para serem as pedras fundamentais, sim, pois eles foram chamados, treinados para anunciar tudo o que Jesus os ensinou.

É preciso entender que Jesus nunca colocaria um ser corruptível, fadado a erros e à morte, para ser a pedra principal de Sua Igreja. Nunca uma pedra corruptível sustentaria a Igreja, a ponto de que as portas do inferno não fossem capazes de prevalecer sobre ela. Temos a história para nos ensinar que este ensinamento é equivocado. 

Em Mateus 16:18-20, Jesus diz: “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, vejam que a palavra “esta” não é “essa”. O desconhecimento da linguagem original, e também o desconhecimento da própria linguagem faz com que as pessoas vejam essa frase equivocadamente. Em português, sabe-se que usamos “esta” para aquilo que está perto do locutor. Usamos essa, para aquilo que está perto, mas não tão próximo do locutor. Jesus diz “esta”, considerando a si próprio, porque a palavra “pedra” é a tradução de “petra”, rocha grande maciça. A palavra Pedro é a tradução de “petros”, que significa uma pedra pequena. Um verdadeiro cristão lê a Bíblia buscando a verdade, não tentando achar meios de defender a sua crença a qualquer custo, inclusive de retorcer a Palavra.

Uma prova do que digo aqui, é a própria carta de Pedro, em que mostra o seu entendimento sobre o assunto. Ele tinha certeza absoluta de que Jesus é a Pedra em que a Igreja foi edificada, e não ele. Sabia que ele era a pedra pequena, que junto com várias pedrinhas, formariam o fundamento da Igreja, a mesma edificada por Cristo, que é a pedra de esquina. Essa base de conhecimento que aprendeu de Jesus, junto aos demais apóstolos, e os ensinamentos dos profetas, seria o alimento para o crescimento dessa Igreja. Ouviu de Cristo que o Espírito os lembraria de todas as verdades anunciadas, e estaria presente com a Igreja. Sabia que as demais pedrinhas iriam se formando e construindo esse Templo Espiritual, onde Deus habita.

Sabe-se que algumas denominações separam alguns membros de outros e os denominam como "sacerdotes", como se fossem maiores, ou mais abençoados, ou mas santos. Mas a verdade é que todos os que creem são pedras. Todos os que creem são santos. Todos os que creem são sacerdócio real, que oferecem sacrifícios agradáveis a Deus, por meio do Sumo-Sacerdote: Jesus. Todas essas pedras unidas formam o Templo de Deus, a Igreja, a Casa, a morada, o Templo de Deus. Pedro entendeu tão plenamente essa verdade, que a citou em sua primeira carta. Paulo também conhecia essa verdade, e a citou em sua carta aos Efésios. Ambos afirmam que todos os cristãos (os verdadeiros, o trigo) formam o Templo Espiritual, a Casa, a Morada do Deus todo poderoso, e são chamados de nação eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido, para oferecerem sacrifícios espirituais agradáveis ao seu Deus, que habita entre nós.

Que o Senhor Jesus possa iluminar a mente de todo aquele que busca pela verdade, pois nunca negaria o conhecimento ao que pede. Isso faz parte de sua promessa: nunca negar conhecimento àquele que busca. Amém.

ESTUDO BÍBLICO PARA NOVOS CONVERTIDOS - Volume II



Volume II

Parte IV
- Indicação de Leitura: Evangelhos de Mateus, Lucas, João e Marcos



O EVANGELHO – Visão História e Espiritual

Introdução

O objetivo deste estudo é dar continuidade à série de Estudos Bíblicos de Novos Convertidos, com foco nos evangelhos, mostrando a visão história e espiritual dos acontecimentos da época de Jesus. Não substitui a leitura dos evangelhos, mas deve ser lido antes do estudo deles, pois é uma luz que ampliará o entendimento. As explicações que se baseiam em toda a Bíblia, pois sabemos que para os iniciantes é impossível compreender certas passagens sem esclarecimentos, já que estão no início de sua jornada no conhecimento da Bíblia. Antes, porém, de iniciar a leitura, o estudante deverá orar e abrir o coração e a mente para aceitar o que está sendo lido. O estudante deverá confirmar o estudo com as passagens indicadas na Bíblia, o que é de fundamental importância para a fortificação da fé, pois não são palavras aleatórias, mas baseadas nos ensinamentos bíblicos. Deverá limpar a mente de ensinos anteriores e preconceitos, pois existem muitos ensinos falsos que foram aceitos como verdade, mas imputados por igrejas e culturas desde a infância, no entanto, será comprovado pelas Escrituras que são completamente estranhos aos ensinamentos de Jesus. Lembre-se que para ser nova criatura, o conhecimento da Palavra é imprescindível para lavar e purificar a sua mente, gerando a transformação requerida por Jesus. Deixe o velho homem e seus pré-conhecimentos para trás.

Ratifico que é de extrema importância a leitura dos quatro evangelhos, pois apesar de parecidos, cada um traz detalhes que preenchem lacunas completando a história dos tempos de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos são chamados Evangelhos Paralelos. São mais históricos. Já o Evangelho de João mostra-se distinto na maneira da narração, focando Jesus como Deus. Os livros de Mateus e Lucas são mais extensos e detalhados. Marcos, como jovem que era, narra os fatos de forma mais sucinta. Já o Evangelho de João é tão curto quanto o de Marcos, mas consegue aprofundar na essência de Jesus, mostrando as suas características divinas. Os quatro autores dos evangelhos são: Mateus, apóstolo; Lucas, Médico (investigou os fatos e colheu informações com testemunhas oculares); João, apóstolo e Marcos, discípulo. Todos os quatro contam a mesma história, como assunto principal, mas alguns detalhes e informações podem estar apenas em um deles, daí a necessidade da leitura de todos. Não se surpreenda quando achar aparentes contradições nos detalhes, como quantidades de pessoas em um local, etc, pois isso só amplifica a veracidade dos acontecimentos, já que nenhum ser humano é capaz de contar a mesma coisa exatamente como aconteceu. Os investigadores de polícia sabem que, se a história é contada completamente igual, a história foi forjada. Nos Evangelhos, cada um tem o seu foco, a sua maneira de dizer, baseando-se na capacidade humana dos seus escritores.

O Nascimento de João – Preparando o Caminho para a Vinda do Messias

O livro de Lucas mostra como se deu o nascimento de João Batista. Apesar de os outros comentarem sobre essa importante figura, os detalhes estão somente neste Evangelho. João Batista foi aquele profetizado no Antigo Testamento, que veio para preparar o caminho do Messias. João passou grande parte de sua vida no deserto, vestia roupa de saco e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre, assim como o profeta Elias. Por isso, no Antigo Testamento, as profecias falam dele como Elias, mas na verdade, ele tinha o poder de Elias; o Espírito de Deus que foi derramado em Elias (Lc 1:17). Era cheio do Espírito e no tempo certo, começou a anunciar a vinda do Messias e pregava o arrependimento, batizando todos os que se convertiam no Rio Jordão. Muitos os Seguiam.

Profecia:

"Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. E então, de repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo;  e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos" (Malaquias 3:1)
"Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; façam no deserto um caminho reto para nosso Deus" (Isaías 40:3)

Cumprimento: 

Conforme está escrito no livro do profeta Isaías: “Eis que Eu envio o meu mensageiro diante de ti, a fim de preparar o teu caminho; voz do que clama no deserto: preparem o caminho do Senhor, façam veredas retas para ele. Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. A ele vinha toda a região da Judeia e  todo o povo de Jerusalém. Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. (Marcos 1:2-5)


O Nascimento de Jesus

Como profetizado, Deus escolheu uma mulher de Israel, descendente de Davi, que tinha fé e humildade para ser a mãe do Messias: Maria, moça virgem, prometida em casamento a João. O Espírito de Deus colocou a sua semente em seu ventre para gerar o Messias. João, seu noivo(¹), foi avisado por Deus que deveria aceitar Maria como sua esposa, pois ela estava grávida, não por tê-lo traído, mas a criança que estava em seu ventre era proveniente e Deus e deveria se chamar Jesus. Como homem de fé, creu e a recebeu. No entanto, somente a conheceu (teve relações sexuais) após o nascimento de Jesus. A Bíblia é clara quanto a isso, portanto, doutrinas estranhas que dizem que Maria permaneceu virgem após o nascimento de Cristo não têm qualquer amparo bíblico. Também não tem amparo a doutrina de que Maria não era pecadora. Os Evangelhos são bem claros em afirmar que Maria era uma mulher como qualquer outra, porém, foi agraciada por Deus (graça significa dom imerecido, ou seja, não o recebeu por ser sem pecado ou perfeita; não foi por seu próprio mérito, mas por Graça). Em seu cântico (Lc 1:46-55), constante no Livro de Lucas, ela afirma que é serva de Deus, que Ele é o seu Salvador isso (quem precisa de um salvador, a não ser o pecador e o perdido?) e estava aberta a fazer a Sua vontade, feliz em servi-lo e que foi bem aventurada por ter sido escolhida. Conforme dito na introdução, o estudante deve se ater às escrituras, esquecendo-se dos aprendizados anteriores. Sabe-se que é difícil jogar fora o que se aprendeu desde a infância, principalmente se era uma pessoa “religiosa”, mas seja forte e continue se lavando com a Palavra da Verdade. Como Diz Jesus: “Conheça a Verdade e a Verdade o Libertará”. Mas não é possível conhecê-la sem estudá-la. Lembre-se, também, que Jesus disse: “o meu povo perece porque lhes fata conhecimento”.

Nem todos os Evangelhos contam os detalhes do nascimento de Jesus; como, por exemplo, o motivo que o fez nascer Belém, já que seus pais moravam em Nazaré. Na verdade, houve um alistamento na época, e os pais tinham que ir para a sua cidade natal, e como eram descendentes de Davi, foram para Belém, e Jesus acabou nascendo durante essa viagem, em uma estribaria, pois não havia mais vagas nas pousadas para alojá-los, pois muitos voltaram para as suas cidades para o alistamento, o que fez lotar os alojamentos em várias cidades.

Vemos que todos os acontecimentos se desenrolavam para cumprimento das profecias.

Profecia:

 Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel (que significa Deus conosco). (Isaías 7:14)
Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono por todas as gerações (Salmos 89:3-4)

Cumprimento: 

"Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus. (Mateus 1: 18-25)



"E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus." (Lucas 1:26-35)



Profecia:

"E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." (Miquéias 5:2)

Cumprimento: 

"Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém" (Mateus 2:1)

Notas:
(¹) - não confundir com João Batista, que não havia nascido nessa época, tendo Ana, mãe de João Batista, engravidado somente alguns meses antes de Maria

O Verbo se Fez Carne – Jesus é Deus

O Evangelho de João já inicia dizendo que o Verbo, que habitava com Deus desde o princípio, tendo toda a criação sido criada por seu intermédio, sendo Deus, abriu mão de sua Glória e fez-se carne para habitar entre os homens e ser a luz do mundo, para todos os que o recebessem e cressem em seu nome, pudessem se tornar filhos de Deus (João 1:1-5).

São várias as passagens que afirmam que Jesus é Deus. Se Ele estava desde o princípio com Deus, não tendo sido criado, Ele com Deus são um. Quero abrir um parêntesis aqui para falar do Espírito de Deus. Ele também é parte de Deus, por isso, é Deus. É essência do próprio Deus, ou não poderíamos entender que o único pecado que não se é perdoado é o pecado contra o Espírito de Deus, pois este é o que habita no homem após a conversão, e o convence do pecado e do juízo. Se o Espírito está dentro do homem e este o rejeita, essa atitude é chamada de “apostasia”, e contra este pecado, não há mais perdão (Marcos 3:28-30). Foi o que aconteceu com Saul, que apostatou e o Espírito o deixou, mas não entraremos neste assunto agora.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo formam Elohim, que em hebraico significa Deuses. Difícil de compreender aos nossos olhos, pois os judeus e os cristãos são monoteístas. Mas Elohim é um Deus único. Quem vê o filho, Vê o Pai (João 14:1-14). Em Gênesis 1 vemos a voz de Deus criando todas as coisas. Ao mesmo tempo, vemos que o Espírito estava presente na criação e Deus fala: “façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gn1:26), mostrando a presença das faces de Elohim. O Evangelho de João diz que o Verbo que Estava com Deus, sem qual o mundo não teria sido criado, se fez carne e habitou entre os homens. Uma linda revelação, um pouco acima do que podemos compreender plenamente, mas mostra a essência, as faces de Deus.

Profecias:

“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. (Isaías 9:6)

Cumprimento:

Eu e o Pai somos um” João 10:30
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (João 14:9)
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. (Colossenses 1:15-17)

Jesus afirmou ser Deus, o Grande “Eu Sou” em 8:58, nome dado por Deus a Moisés quando este perguntou a Deus qual era Seu nome (Êxodo 3:13-14).

Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu souE quando os soldados o prenderam, quando perguntavam quem era Jesus de Nazaré, ele respondeu “Sou Eu”, que é o mesmo que “Eu Sou”, tendo o poder das palavras derrubado os soldados: Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra. Jesus, de novo, lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A Jesus, o Nazareno. Então, lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes; para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste. (João 18:4-9)

Jesus afirmou ser o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Quem mais poderia dar acesso a Deus, senão o próprio Deus?  Jesus afirmou ser o caminho, a verdade e a vida. Ninguém chegaria ao Pai senão fosse por intermédio dele. Jesus afirmou ser a única Salvação (João 5:24 e João 14:23. Jesus não somente afirmou ser a Salvação (João 11:25), como ressuscitou e venceu a morte! (Mateus 28:5-6 e Romanos 6:9)

Outra passagem que nos ajuda a compreender que Jesus é Deus, está no Evangelho de João 14. Tomé indagou a Cristo para onde Ele iria e que caminho tomar (João 14:5). Jesus respondeu a Tomé dizendo: "Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto" (João 14:6-7). Além de afirmar que era o único caminho que levava à Salvação, Ele revelou que era Deus e que estava na frente de todos eles!

O Ministério de Jesus

O ministério (trabalho, missão) de Jesus iniciou-se apenas com 30 anos. Antes disso, ele era conhecido apenas como o filho do carpinteiro. Após o seu batismo realizado por João Batista, foi marcado o início do seu ministério. Deus confirmou a João Batista que Jesus era o Filho de Deus, que era antes dele. Assim, anunciou aos seus discípulos. A partir daquele momento, os discípulos de João passaram a ser discípulos de Jesus. O ministério de João diminuiria, enquanto o de Jesus cresceria.

Depois de ser batizado, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto por 40 dias, tendo sido tentado por satanás e resistido com honra. Após, escolheu 12 apóstolos para ensiná-los e prepara-los, pois a sua Igreja estaria sendo fundada. Seu retorno do deserto foi cheio de poder do Espírito Santo, e seu ministério foi marcado pelos sinais e maravilhas que o seguiam.

Todas as curas e milagres levantavam inveja dos fariseus e doutores da lei, que imputavam aos israelitas doutrinas humanas impossíveis de serem seguidas e, muitas vezes interpretavam as Escrituras de forma equivocada, e assim ensinavam aos seus discípulos. Jesus vinha trazendo a verdade, confrontando aqueles ensinamentos que foram alterados pelos homens, e elucidando uma doutrina baseada no amor a Deus e ao próximo, e em renuncia às coisas deste mundo. Alertava que o cumprimento dos mandamentos: 1. “amar a Deus sobre todas as coisas” e 2. “amar ao próximo como a si mesmo”, levaria ao cumprimento dos demais mandamentos. Vou abrir um parêntesis aqui para incluir neste estudo os 10 mandamentos descritos no livro de Êxodo 20:1-26, já que existem religiões que excluíram o segundo mandamento, dividindo o mandamento da cobiça em dois, para permanecerem 10. Abra sua Bíblia para conferir:

10 Mandamentos

1 - Não terás outros deuses diante de mim.

2 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.

3 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

4 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.

5 - Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.

6 - Não matarás.

7 - Não adulterarás.

8 - Não furtarás.

9 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

10 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. 

Fácil entender porque Jesus disse que amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, levaria ao cumprimento dos 10 mandamentos. Amar a Deus sobre todas as coisas, requer conhecer a Deus, e para isso, é necessário ler as Escrituras Sagradas. Fazendo isso, irá conhecer a Sua essência, e entenderá que Deus é Espírito, é Santo, é Superior a todas as coisas criadas. Jamais alguém que o conhece faria uma imagem feita com mãos humanas para o representar, pois seria uma afronta. Jamais seguiria outros deuses, ou invocaria homens que viveram nesta terra, e já se foram, para interceder por eles, pois saberia que Deus é superior a todas às coisas criadas. Jamais se deixaria levar por qualquer doutrina diferente daquilo que o Deus Criador deixou ao homem.

Quem ama ao próximo como a si mesmo, coloca-se no lugar do outro. Quem deseja ser roubado, assassinado, humilhado? Quem deseja ter o seu cônjuge cobiçado por outro, ou deseja ser traído por ele? Quem deseja que seus bens sejam cobiçados por outros? Quem não deseja um dia de descanso para repor as energias e dedicá-lo ao seu Deus? Quem ama seu semelhante evitará cometer qualquer ato que o magoe, ou o deixe infeliz, simplesmente, porque não deseja a infelicidade para si mesmo. Se não deseja para si, não desejará para o seu próximo.

Por esses motivos, entre outros, Jesus nos ensina que esses dois mandados são capazes de suprir os demais.

Como já dissemos acima, a verdade trazida por Jesus, as curas que realizava aos sábados e as afirmações de Jesus que era Filho de Deus, que era Deus, que podia perdoar pecados, etc., eram motivo de perseguição dos doutores da lei, que incansavelmente buscavam destruí-lo. Estes imputavam duras leis aos seus seguidores, que nem eles mesmos as conseguiam cumprir, e viviam como hipócritas, como se conseguissem ser santos. Para não ser morto antes do tempo, Jesus tinha que fugir de cidade em cidade, anunciando o Evangelho da Salvação, até que se cumprisse o tempo determinado para que pudesse realizar o sacrifício vicário em prol de todos os que nele crescem. Todas as profecias precisavam se cumprir, até mesmo a traição de um dos apóstolos. Para Jesus, não houve nenhuma surpresa. Ele conhecia tudo que iria passar. Saberia o cálice que deveria tomar para salvar o mundo. “O Sacrifício que nos traria a paz estava sobre Ele, e sob as suas pisaduras, fomos sarados”.

O Sacrifício de Jesus

Após três anos de pregação das Boas Novas, o tempo chegou. Jesus foi ao Getsemani orar até que fosse preso, tendo sido entregue por Judas, um dos apóstolos, que o traiu por algumas moedas de prata. Ao contrário do que muitos pensam, o sofrimento de Jesus não se iniciou com sua prisão, mas o martírio espiritual começou no Getsemani. O pecado de toda a humanidade estava sendo lançado sobre ele, e o distanciamento de Deus foi a consequência. Por isso disse na cruz: “Pai, por que me desamparaste?” Além disso, fisicamente foi torturado, cuspido, humilhado, sofrendo açoites e agressões. Pilatos, sem ter do que o acusar, aproveitou-se da regra de libertação de um preso, que realizava de tempos em tempos, para dar oportunidade aos Judeus de soltar Jesus. Colocou ele e Barrabás (assassino), como alternativa, e o povo escolheu a soltura de Barrabás, requerendo a morte de Jesus pela Cruz, que era a condenação mais terrível e amaldiçoada da época. Pilatos não queria ser responsável pelo derramamento de sangue inocente, então, o fariseus e doutores da lei gritavam “que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt  27:25).  Com essas palavras, Pilatos “lavou as mãos” e o condenou Jesus à morte de cruz.

Após a crucificação, antes de morrer, disse: “Está consumado”, ou seja, ele havia realizado tudo o que estava profetizado, e sua missão de salvar a humanidade estava concluída. Quando Ele morreu, o véu do Templo se rasgou como sinal físico da abertura do novo acesso ao Pai, por meio Dele. A terra se escureceu e tremeu.  Para que se cumprisse, mais uma vez, as Escrituras, nenhum de seus ossos foram quebrados. Apesar do costume de quebrar as pernas dos crucificados para que morressem mais rápido, quando os soldados foram fazer isso, Jesus já havia morrido, e apenas uma lança foi inserida em seu ventre, saindo sangue e água, comprovando a sua morte.

Profecia:

“Até o próprio amigo em que eu confiava, que partilhava do meu pão, levantou contra mim o calcanhar” (Salmo 41:9)

Cumprimento:

“Judas Iscariotes, um dos Doze, foi avistar-se com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus” (Marcos 14:10)

Profecia:

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. (Isaías 53:4-12)

Cumprimento:

Evangelhos – Sacrifício de Cristo e confirmação em várias cartas, conforme alguns trechos abaixo:
“e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”. (1 João 2:2)
“o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gálatas 1:4)
“carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1 Pedro 2:24)
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. (2 Coríntios 5:21)

A Ressurreição

Ainda na sexta-feira, quase sábado, José de Arimatéia, um homem rico, que não concordou com o que acontecera, pediu a Pilatos o corpo de Jesus, envolveu-o em um lençol de linho e o sepultou em um sepulcro cavado na rocha. Devido às palavras de Jesus que dizia que ressuscitaria ao terceiro dia, os chefes dos sacerdotes e doutores da lei pedira a Pilatos que guardassem o túmulo, além de lacrarem com pedra.

Sábado era o dia de descanso. No amanhecer do domingo, Maria Madalena e outras mulheres foram ao túmulo para embalsamarem Jesus. Quando chegaram no local, a pedra estava removida e Jesus não estava mais lá. Um anjo lhes apareceu e disse que Jesus havia ressuscitado. Elas correram para avisar aos apóstolos, e no caminho lhes aparecera Jesus, confirmando o anunciado pelo anjo. Inicialmente os apóstolos não acreditaram, mas Jesus os encontrou várias vezes, comprovando a sua ressurreição e determinando que o Evangelho fosse pregado a toda criatura, para que todo o que crê não pereça e tenha a vida eterna, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, até que Ele retornasse em grande glória, para julgar as nações.

Conclusão

O Estudo das Escrituras não deve terminar aqui. A leitura das cartas abrirá ainda mais o entendimento de como viviam os cristãos na antiguidade, e deve ser parâmetro para a Igreja nos dias de hoje. Infelizmente, existem denominações que não fazem o seu papel, ensinando doutrinas de homens e demônios. Por esse motivo, o cristão deve estudar a Bíblia, para saber julgar em qual denominação irá congregar, para não se contaminar com a grande corrupção que está espalhada neste mundo, a qual foi profetizada pelo nosso Senhor Jesus.

Espero ter ajudado. Mais tarde trarei o estudo do Livro de Atos. Bons estudos.

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