LIVRO DE HEBREUS

INTRODUÇÃO



A publicação, em 1965, do material a respeito de Melquisedeque, reavivou o interesse de se examinar novamente o livro de Hebreus, para se identificar as pessoas a quem este documento foi originalmente dirigido.


CARTA OU SERMÃO


Alguns estudiosos crêem que essa obra pode ter sido o primeiro sermão cristão. Apesar de sua profundidade e tamanho não parecer com os sermões de hoje, se assemelha com as pregações no período da Reforma e do movimento Puritano. Também pode ter ser uma combinação de vários sermões. Alguns detalhes que justificam essa hipótese:
  1. A referência do termo “Palavra de Exortação” ao se referir a obra.
  2. O fato de não começar como uma carta e, sim, soar como um sermão.
Há uma hipótese de essa obra ter sido um sermão a uma congregação em particular de cristãos palestinos e mais tarde ter sido enviada como carta a Roma.


AUTORIA


A autoria é desconhecida, mas esse fato não pode diminuir o valor da obra. Ela contém o grego mais puro e belo do Novo Testamento. O autor tem recebido o título de “Isaías do Novo Testamento”. Há várias suposições de sua autoria, vejamos algumas delas:
  • Clemente e Hermes de Roma Reivindicavam que a autoria era do Apóstolo Paulo.
  • Clemente de Alexandria Contendia que Paulo escreveu em hebreu e Lucas traduziu para grego, justificando assim a diferença de estilo das outras cartas. A maior parte da Igreja Ocidental cria na autoria de Paulo, apesar de a Comunidade de Alexandria ter suas dúvidas sobre essa autoria.
  • Origenes - Não concordava com Clemente. Cria que foi escrita por um discípulo desconhecido de Paulo.
  • Tertuliano - Cria que foi escrita por Barnabé. Como Barnabé era amigo de Paulo, isso explicaria o sabor paulino em certos trechos do documento. O fato de Barnabé ser levita explicaria, também, o profundo conhecimento do escritor acerca da adoração levítica.
  • Lutero - Cria que era Apolo, pois era eloqüente e poderoso nas escrituras.
  • Calvino -Sugeriu que Lucas era não meramente o tradutor, mas o escritor de Hebreus.

Enfim, é mais fácil dizer quem não pode ser o autor da obra, do que quem é o autor. Sabe-se que a preocupação da Carta era com o sacerdócio de Cristo, tendo oferecido a si mesmo, como sacrifício totalmente suficiente pelos nossos pecados: Expiação. Já Paulo, em suas cartas, dava ênfase à ressurreição.
Pode-se dizer que o autor era hebreu, conhecedor do judaísmo e sua história. Era um mestre da Midash e conhecedor da adoração Levítica. Judeu helenista, pois tinha afinidade com a filosofia grega.


ÉPOCA



Não existe uma evidência clara, mas sabe-se que a obra foi escrita no período de 64 d.C a 95 d.C em um período de perseguição, pois as citações as citações do autor mostra claramente isso. Por que o período de 64 a 95?
  • O ano de 64 d.C, é uma das opções porque foi quanto aconteceu a perseguição de Nero em Roma, onde provavelmente Paulo foi martirizado, e se formos admitir que Paulo é o autor, então, não pode ter sido depois.
  • O ano de 70 d.C é uma opção por causa da citação “não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a vindoura” (13:14), e nesse ano aconteceu a queda de Jerusalém e à destruição do Templo pelos romanos.
  • O ano de 81 d. C na perseguição de Domiciano é pouco provável, pois Domiciano em sua perseguição obrigava os cristãos a adorá-lo e a obra não faz nenhuma menção a isso.
  • A carta não pode ter sido feita depois do ano 95 d. C porque foi citada por Clemente em sua epístola a Corinto.


DESTINATÁRIOS


Alguns estudiosos afirmam que a obra foi destinada aos judeus convertidos ao cristianismo que estavam em Roma ou em outra localidade. James A. Sanders crê que a Obra foi feita para pessoas que tinham alguma afinidade com a seita dos essênios que se refugiaram em Qumran. Outros estudiosos defendem que, ao menos, foi feita para os convertidos dentre os essênios que ainda se apegavam a certas doutrinas.

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