À medida que se aproximam dele, a pedra viva – rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus, e preciosa para ele, Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados.
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real,
a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não
éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado
misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia.
1 Pe 2:4-10
Assim que já não sois estrangeiros, nem
forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus;
edificados
sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus
Cristo é a principal pedra da esquina;
no qual todo o edifício, bem-ajustado, cresce
para templo santo no Senhor,
no qual também vós juntamente sois edificados
para morada de Deus no Espírito.
Efésios 2:19-22
e beberam todos de uma mesma bebida
espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo.
1 Coríntios 10:4
A frase do título é bem
conhecida entre os cristãos, mas será que a essência do que Jesus falou está sendo entendido corretamente? Quando Jesus mudou o nome de “Simão” para “Pedro”, ele quis
revelar algo espiritual. Além disso, Jesus chamou Pedro para ser pescador de
homens e cuidar de suas ovelhas quando subisse aos céus, mas não antes que o
Espírito descesse e capacitasse a todos os que chamou para a sua obra.
Por algum motivo, alguns
tomaram essa verdade e reduziram o foco apenas para o pastoreado, ao mesmo
tempo em que expandiram o significado, o colocando como o único capaz de se achegar
a Deus e interceder pelas ovelhas, ou o único que tivesse as chaves entre o
homem e Deus. Uma heresia tão abominável, quanto satânica.
É indiscutível que Pedro tenha sido chamado para ser um líder da Igreja, mas não “o” líder da Igreja, já que "O Líder" é o próprio Cristo. O seu chamado foi para liderar e anunciar o Evangelho entre os Judeus. Assim como o chamado de Paulo foi para ser líder e missionário dos gentios (Um parêntese para lembrar que, apesar do chamado entre os judeus, Pedro foi o primeiro a pregar aos gentios, logo após Deus abrir o seu coração para que entendesse que não deveria considerar impuro o que Ele purificou, conforme o episódio relatado em Atos 10:9-16). É Jesus, não Pedro, a “Pedra de Esquina”, a pedra principal de uma construção espiritual; aquela que sustenta toda a estrutura, a Igreja, o Templo. Os apóstolos foram chamados para serem as pedras fundamentais, sim, pois eles foram chamados, treinados para anunciar tudo o que Jesus os ensinou.
É preciso entender que Jesus nunca colocaria um ser corruptível, fadado a erros e à
morte, para ser a pedra principal de Sua Igreja. Nunca uma pedra corruptível
sustentaria a Igreja, a ponto de que as portas do inferno não fossem capazes de
prevalecer sobre ela. Temos a história para nos ensinar que este ensinamento é
equivocado.
Em Mateus 16:18-20, Jesus
diz: “tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”,
vejam que a palavra “esta” não é “essa”. O desconhecimento da linguagem
original, e também o desconhecimento da própria linguagem faz com que as
pessoas vejam essa frase equivocadamente. Em português, sabe-se que usamos
“esta” para aquilo que está perto do locutor. Usamos essa, para aquilo que está
perto, mas não tão próximo do locutor. Jesus diz “esta”, considerando a si próprio,
porque a palavra “pedra” é a tradução de “petra”, rocha grande maciça. A
palavra Pedro é a tradução de “petros”, que significa uma pedra pequena. Um
verdadeiro cristão lê a Bíblia buscando a verdade, não tentando achar meios de
defender a sua crença a qualquer custo, inclusive de retorcer a Palavra.
Uma prova do que digo aqui,
é a própria carta de Pedro, em que
mostra o seu entendimento sobre o assunto. Ele tinha certeza absoluta de que Jesus é a Pedra em que a Igreja foi edificada, e não ele. Sabia que ele era a pedra pequena, que junto com várias pedrinhas,
formariam o fundamento da Igreja, a mesma edificada por Cristo, que é a pedra de esquina. Essa base de conhecimento que aprendeu de Jesus, junto aos demais apóstolos, e os ensinamentos dos profetas, seria o alimento para o crescimento dessa Igreja. Ouviu de Cristo que o Espírito os lembraria de todas as verdades anunciadas, e estaria presente com a Igreja. Sabia que as demais pedrinhas iriam se formando e construindo esse Templo Espiritual, onde Deus habita.
Sabe-se que algumas denominações separam alguns membros de outros e os denominam como "sacerdotes", como se fossem maiores, ou mais
abençoados, ou mas santos. Mas a verdade é que todos os que creem são pedras.
Todos os que creem são santos. Todos os que creem são sacerdócio real, que oferecem
sacrifícios agradáveis a Deus, por meio do Sumo-Sacerdote: Jesus. Todas essas pedras unidas formam o Templo de
Deus, a Igreja, a Casa, a morada, o Templo de Deus. Pedro
entendeu tão plenamente essa verdade,
que a citou em sua primeira carta. Paulo também conhecia essa verdade, e a
citou em sua carta aos Efésios. Ambos afirmam que todos os cristãos (os verdadeiros,
o trigo) formam o Templo Espiritual, a Casa, a Morada do Deus todo poderoso, e
são chamados de nação eleita, sacerdócio
real, nação santa, povo adquirido, para oferecerem sacrifícios espirituais
agradáveis ao seu Deus, que habita entre nós.
Que o Senhor Jesus possa
iluminar a mente de todo aquele que busca pela verdade, pois nunca negaria o
conhecimento ao que pede. Isso faz parte de sua promessa: nunca negar conhecimento àquele que busca. Amém.
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