ESTUDO BÍBLICO PARA NOVOS CONVERTIDOS - Volume II



Volume II

Parte IV
- Indicação de Leitura: Evangelhos de Mateus, Lucas, João e Marcos



O EVANGELHO – Visão História e Espiritual

Introdução

O objetivo deste estudo é dar continuidade à série de Estudos Bíblicos de Novos Convertidos, com foco nos evangelhos, mostrando a visão história e espiritual dos acontecimentos da época de Jesus. Não substitui a leitura dos evangelhos, mas deve ser lido antes do estudo deles, pois é uma luz que ampliará o entendimento. As explicações que se baseiam em toda a Bíblia, pois sabemos que para os iniciantes é impossível compreender certas passagens sem esclarecimentos, já que estão no início de sua jornada no conhecimento da Bíblia. Antes, porém, de iniciar a leitura, o estudante deverá orar e abrir o coração e a mente para aceitar o que está sendo lido. O estudante deverá confirmar o estudo com as passagens indicadas na Bíblia, o que é de fundamental importância para a fortificação da fé, pois não são palavras aleatórias, mas baseadas nos ensinamentos bíblicos. Deverá limpar a mente de ensinos anteriores e preconceitos, pois existem muitos ensinos falsos que foram aceitos como verdade, mas imputados por igrejas e culturas desde a infância, no entanto, será comprovado pelas Escrituras que são completamente estranhos aos ensinamentos de Jesus. Lembre-se que para ser nova criatura, o conhecimento da Palavra é imprescindível para lavar e purificar a sua mente, gerando a transformação requerida por Jesus. Deixe o velho homem e seus pré-conhecimentos para trás.

Ratifico que é de extrema importância a leitura dos quatro evangelhos, pois apesar de parecidos, cada um traz detalhes que preenchem lacunas completando a história dos tempos de Jesus. Os Evangelhos de Mateus, Lucas e Marcos são chamados Evangelhos Paralelos. São mais históricos. Já o Evangelho de João mostra-se distinto na maneira da narração, focando Jesus como Deus. Os livros de Mateus e Lucas são mais extensos e detalhados. Marcos, como jovem que era, narra os fatos de forma mais sucinta. Já o Evangelho de João é tão curto quanto o de Marcos, mas consegue aprofundar na essência de Jesus, mostrando as suas características divinas. Os quatro autores dos evangelhos são: Mateus, apóstolo; Lucas, Médico (investigou os fatos e colheu informações com testemunhas oculares); João, apóstolo e Marcos, discípulo. Todos os quatro contam a mesma história, como assunto principal, mas alguns detalhes e informações podem estar apenas em um deles, daí a necessidade da leitura de todos. Não se surpreenda quando achar aparentes contradições nos detalhes, como quantidades de pessoas em um local, etc, pois isso só amplifica a veracidade dos acontecimentos, já que nenhum ser humano é capaz de contar a mesma coisa exatamente como aconteceu. Os investigadores de polícia sabem que, se a história é contada completamente igual, a história foi forjada. Nos Evangelhos, cada um tem o seu foco, a sua maneira de dizer, baseando-se na capacidade humana dos seus escritores.

O Nascimento de João – Preparando o Caminho para a Vinda do Messias

O livro de Lucas mostra como se deu o nascimento de João Batista. Apesar de os outros comentarem sobre essa importante figura, os detalhes estão somente neste Evangelho. João Batista foi aquele profetizado no Antigo Testamento, que veio para preparar o caminho do Messias. João passou grande parte de sua vida no deserto, vestia roupa de saco e se alimentava de gafanhotos e mel silvestre, assim como o profeta Elias. Por isso, no Antigo Testamento, as profecias falam dele como Elias, mas na verdade, ele tinha o poder de Elias; o Espírito de Deus que foi derramado em Elias (Lc 1:17). Era cheio do Espírito e no tempo certo, começou a anunciar a vinda do Messias e pregava o arrependimento, batizando todos os que se convertiam no Rio Jordão. Muitos os Seguiam.

Profecia:

"Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. E então, de repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu templo;  e o mensageiro da aliança, a quem vós desejais, eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos" (Malaquias 3:1)
"Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; façam no deserto um caminho reto para nosso Deus" (Isaías 40:3)

Cumprimento: 

Conforme está escrito no livro do profeta Isaías: “Eis que Eu envio o meu mensageiro diante de ti, a fim de preparar o teu caminho; voz do que clama no deserto: preparem o caminho do Senhor, façam veredas retas para ele. Assim surgiu João, batizando no deserto e pregando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados. A ele vinha toda a região da Judeia e  todo o povo de Jerusalém. Confessando os seus pecados, eram batizados por ele no rio Jordão. (Marcos 1:2-5)


O Nascimento de Jesus

Como profetizado, Deus escolheu uma mulher de Israel, descendente de Davi, que tinha fé e humildade para ser a mãe do Messias: Maria, moça virgem, prometida em casamento a João. O Espírito de Deus colocou a sua semente em seu ventre para gerar o Messias. João, seu noivo(¹), foi avisado por Deus que deveria aceitar Maria como sua esposa, pois ela estava grávida, não por tê-lo traído, mas a criança que estava em seu ventre era proveniente e Deus e deveria se chamar Jesus. Como homem de fé, creu e a recebeu. No entanto, somente a conheceu (teve relações sexuais) após o nascimento de Jesus. A Bíblia é clara quanto a isso, portanto, doutrinas estranhas que dizem que Maria permaneceu virgem após o nascimento de Cristo não têm qualquer amparo bíblico. Também não tem amparo a doutrina de que Maria não era pecadora. Os Evangelhos são bem claros em afirmar que Maria era uma mulher como qualquer outra, porém, foi agraciada por Deus (graça significa dom imerecido, ou seja, não o recebeu por ser sem pecado ou perfeita; não foi por seu próprio mérito, mas por Graça). Em seu cântico (Lc 1:46-55), constante no Livro de Lucas, ela afirma que é serva de Deus, que Ele é o seu Salvador isso (quem precisa de um salvador, a não ser o pecador e o perdido?) e estava aberta a fazer a Sua vontade, feliz em servi-lo e que foi bem aventurada por ter sido escolhida. Conforme dito na introdução, o estudante deve se ater às escrituras, esquecendo-se dos aprendizados anteriores. Sabe-se que é difícil jogar fora o que se aprendeu desde a infância, principalmente se era uma pessoa “religiosa”, mas seja forte e continue se lavando com a Palavra da Verdade. Como Diz Jesus: “Conheça a Verdade e a Verdade o Libertará”. Mas não é possível conhecê-la sem estudá-la. Lembre-se, também, que Jesus disse: “o meu povo perece porque lhes fata conhecimento”.

Nem todos os Evangelhos contam os detalhes do nascimento de Jesus; como, por exemplo, o motivo que o fez nascer Belém, já que seus pais moravam em Nazaré. Na verdade, houve um alistamento na época, e os pais tinham que ir para a sua cidade natal, e como eram descendentes de Davi, foram para Belém, e Jesus acabou nascendo durante essa viagem, em uma estribaria, pois não havia mais vagas nas pousadas para alojá-los, pois muitos voltaram para as suas cidades para o alistamento, o que fez lotar os alojamentos em várias cidades.

Vemos que todos os acontecimentos se desenrolavam para cumprimento das profecias.

Profecia:

 Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, e chamará o seu nome Emanuel (que significa Deus conosco). (Isaías 7:14)
Fiz uma aliança com o meu escolhido, e jurei ao meu servo Davi, dizendo: A tua semente estabelecerei para sempre, e edificarei o teu trono por todas as gerações (Salmos 89:3-4)

Cumprimento: 

"Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus. (Mateus 1: 18-25)



"E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus." (Lucas 1:26-35)



Profecia:

"E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade." (Miquéias 5:2)

Cumprimento: 

"Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém" (Mateus 2:1)

Notas:
(¹) - não confundir com João Batista, que não havia nascido nessa época, tendo Ana, mãe de João Batista, engravidado somente alguns meses antes de Maria

O Verbo se Fez Carne – Jesus é Deus

O Evangelho de João já inicia dizendo que o Verbo, que habitava com Deus desde o princípio, tendo toda a criação sido criada por seu intermédio, sendo Deus, abriu mão de sua Glória e fez-se carne para habitar entre os homens e ser a luz do mundo, para todos os que o recebessem e cressem em seu nome, pudessem se tornar filhos de Deus (João 1:1-5).

São várias as passagens que afirmam que Jesus é Deus. Se Ele estava desde o princípio com Deus, não tendo sido criado, Ele com Deus são um. Quero abrir um parêntesis aqui para falar do Espírito de Deus. Ele também é parte de Deus, por isso, é Deus. É essência do próprio Deus, ou não poderíamos entender que o único pecado que não se é perdoado é o pecado contra o Espírito de Deus, pois este é o que habita no homem após a conversão, e o convence do pecado e do juízo. Se o Espírito está dentro do homem e este o rejeita, essa atitude é chamada de “apostasia”, e contra este pecado, não há mais perdão (Marcos 3:28-30). Foi o que aconteceu com Saul, que apostatou e o Espírito o deixou, mas não entraremos neste assunto agora.

O Pai, o Filho e o Espírito Santo formam Elohim, que em hebraico significa Deuses. Difícil de compreender aos nossos olhos, pois os judeus e os cristãos são monoteístas. Mas Elohim é um Deus único. Quem vê o filho, Vê o Pai (João 14:1-14). Em Gênesis 1 vemos a voz de Deus criando todas as coisas. Ao mesmo tempo, vemos que o Espírito estava presente na criação e Deus fala: “façamos o homem a nossa imagem e semelhança” (Gn1:26), mostrando a presença das faces de Elohim. O Evangelho de João diz que o Verbo que Estava com Deus, sem qual o mundo não teria sido criado, se fez carne e habitou entre os homens. Uma linda revelação, um pouco acima do que podemos compreender plenamente, mas mostra a essência, as faces de Deus.

Profecias:

“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. (Isaías 9:6)

Cumprimento:

Eu e o Pai somos um” João 10:30
Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (João 14:9)
O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. (Colossenses 1:15-17)

Jesus afirmou ser Deus, o Grande “Eu Sou” em 8:58, nome dado por Deus a Moisés quando este perguntou a Deus qual era Seu nome (Êxodo 3:13-14).

Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu souE quando os soldados o prenderam, quando perguntavam quem era Jesus de Nazaré, ele respondeu “Sou Eu”, que é o mesmo que “Eu Sou”, tendo o poder das palavras derrubado os soldados: Sabendo, pois, Jesus todas as coisas que sobre ele haviam de vir, adiantou-se e perguntou-lhes: A quem buscais? Responderam-lhe: A Jesus, o Nazareno. Então, Jesus lhes disse: Sou eu. Ora, Judas, o traidor, estava também com eles. Quando, pois, Jesus lhes disse: Sou eu, recuaram e caíram por terra. Jesus, de novo, lhes perguntou: A quem buscais? Responderam: A Jesus, o Nazareno. Então, lhes disse Jesus: Já vos declarei que sou eu; se é a mim, pois, que buscais, deixai ir estes; para se cumprir a palavra que dissera: Não perdi nenhum dos que me deste. (João 18:4-9)

Jesus afirmou ser o caminho, a verdade e a vida (João 14:6). Quem mais poderia dar acesso a Deus, senão o próprio Deus?  Jesus afirmou ser o caminho, a verdade e a vida. Ninguém chegaria ao Pai senão fosse por intermédio dele. Jesus afirmou ser a única Salvação (João 5:24 e João 14:23. Jesus não somente afirmou ser a Salvação (João 11:25), como ressuscitou e venceu a morte! (Mateus 28:5-6 e Romanos 6:9)

Outra passagem que nos ajuda a compreender que Jesus é Deus, está no Evangelho de João 14. Tomé indagou a Cristo para onde Ele iria e que caminho tomar (João 14:5). Jesus respondeu a Tomé dizendo: "Se vocês realmente me conhecessem, conheceriam também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto" (João 14:6-7). Além de afirmar que era o único caminho que levava à Salvação, Ele revelou que era Deus e que estava na frente de todos eles!

O Ministério de Jesus

O ministério (trabalho, missão) de Jesus iniciou-se apenas com 30 anos. Antes disso, ele era conhecido apenas como o filho do carpinteiro. Após o seu batismo realizado por João Batista, foi marcado o início do seu ministério. Deus confirmou a João Batista que Jesus era o Filho de Deus, que era antes dele. Assim, anunciou aos seus discípulos. A partir daquele momento, os discípulos de João passaram a ser discípulos de Jesus. O ministério de João diminuiria, enquanto o de Jesus cresceria.

Depois de ser batizado, Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto por 40 dias, tendo sido tentado por satanás e resistido com honra. Após, escolheu 12 apóstolos para ensiná-los e prepara-los, pois a sua Igreja estaria sendo fundada. Seu retorno do deserto foi cheio de poder do Espírito Santo, e seu ministério foi marcado pelos sinais e maravilhas que o seguiam.

Todas as curas e milagres levantavam inveja dos fariseus e doutores da lei, que imputavam aos israelitas doutrinas humanas impossíveis de serem seguidas e, muitas vezes interpretavam as Escrituras de forma equivocada, e assim ensinavam aos seus discípulos. Jesus vinha trazendo a verdade, confrontando aqueles ensinamentos que foram alterados pelos homens, e elucidando uma doutrina baseada no amor a Deus e ao próximo, e em renuncia às coisas deste mundo. Alertava que o cumprimento dos mandamentos: 1. “amar a Deus sobre todas as coisas” e 2. “amar ao próximo como a si mesmo”, levaria ao cumprimento dos demais mandamentos. Vou abrir um parêntesis aqui para incluir neste estudo os 10 mandamentos descritos no livro de Êxodo 20:1-26, já que existem religiões que excluíram o segundo mandamento, dividindo o mandamento da cobiça em dois, para permanecerem 10. Abra sua Bíblia para conferir:

10 Mandamentos

1 - Não terás outros deuses diante de mim.

2 - Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. E faço misericórdia a milhares dos que me amam e aos que guardam os meus mandamentos.

3 - Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.

4 - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está dentro das tuas portas. Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou.

5 - Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá.

6 - Não matarás.

7 - Não adulterarás.

8 - Não furtarás.

9 - Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

10 - Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. 

Fácil entender porque Jesus disse que amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, levaria ao cumprimento dos 10 mandamentos. Amar a Deus sobre todas as coisas, requer conhecer a Deus, e para isso, é necessário ler as Escrituras Sagradas. Fazendo isso, irá conhecer a Sua essência, e entenderá que Deus é Espírito, é Santo, é Superior a todas as coisas criadas. Jamais alguém que o conhece faria uma imagem feita com mãos humanas para o representar, pois seria uma afronta. Jamais seguiria outros deuses, ou invocaria homens que viveram nesta terra, e já se foram, para interceder por eles, pois saberia que Deus é superior a todas às coisas criadas. Jamais se deixaria levar por qualquer doutrina diferente daquilo que o Deus Criador deixou ao homem.

Quem ama ao próximo como a si mesmo, coloca-se no lugar do outro. Quem deseja ser roubado, assassinado, humilhado? Quem deseja ter o seu cônjuge cobiçado por outro, ou deseja ser traído por ele? Quem deseja que seus bens sejam cobiçados por outros? Quem não deseja um dia de descanso para repor as energias e dedicá-lo ao seu Deus? Quem ama seu semelhante evitará cometer qualquer ato que o magoe, ou o deixe infeliz, simplesmente, porque não deseja a infelicidade para si mesmo. Se não deseja para si, não desejará para o seu próximo.

Por esses motivos, entre outros, Jesus nos ensina que esses dois mandados são capazes de suprir os demais.

Como já dissemos acima, a verdade trazida por Jesus, as curas que realizava aos sábados e as afirmações de Jesus que era Filho de Deus, que era Deus, que podia perdoar pecados, etc., eram motivo de perseguição dos doutores da lei, que incansavelmente buscavam destruí-lo. Estes imputavam duras leis aos seus seguidores, que nem eles mesmos as conseguiam cumprir, e viviam como hipócritas, como se conseguissem ser santos. Para não ser morto antes do tempo, Jesus tinha que fugir de cidade em cidade, anunciando o Evangelho da Salvação, até que se cumprisse o tempo determinado para que pudesse realizar o sacrifício vicário em prol de todos os que nele crescem. Todas as profecias precisavam se cumprir, até mesmo a traição de um dos apóstolos. Para Jesus, não houve nenhuma surpresa. Ele conhecia tudo que iria passar. Saberia o cálice que deveria tomar para salvar o mundo. “O Sacrifício que nos traria a paz estava sobre Ele, e sob as suas pisaduras, fomos sarados”.

O Sacrifício de Jesus

Após três anos de pregação das Boas Novas, o tempo chegou. Jesus foi ao Getsemani orar até que fosse preso, tendo sido entregue por Judas, um dos apóstolos, que o traiu por algumas moedas de prata. Ao contrário do que muitos pensam, o sofrimento de Jesus não se iniciou com sua prisão, mas o martírio espiritual começou no Getsemani. O pecado de toda a humanidade estava sendo lançado sobre ele, e o distanciamento de Deus foi a consequência. Por isso disse na cruz: “Pai, por que me desamparaste?” Além disso, fisicamente foi torturado, cuspido, humilhado, sofrendo açoites e agressões. Pilatos, sem ter do que o acusar, aproveitou-se da regra de libertação de um preso, que realizava de tempos em tempos, para dar oportunidade aos Judeus de soltar Jesus. Colocou ele e Barrabás (assassino), como alternativa, e o povo escolheu a soltura de Barrabás, requerendo a morte de Jesus pela Cruz, que era a condenação mais terrível e amaldiçoada da época. Pilatos não queria ser responsável pelo derramamento de sangue inocente, então, o fariseus e doutores da lei gritavam “que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt  27:25).  Com essas palavras, Pilatos “lavou as mãos” e o condenou Jesus à morte de cruz.

Após a crucificação, antes de morrer, disse: “Está consumado”, ou seja, ele havia realizado tudo o que estava profetizado, e sua missão de salvar a humanidade estava concluída. Quando Ele morreu, o véu do Templo se rasgou como sinal físico da abertura do novo acesso ao Pai, por meio Dele. A terra se escureceu e tremeu.  Para que se cumprisse, mais uma vez, as Escrituras, nenhum de seus ossos foram quebrados. Apesar do costume de quebrar as pernas dos crucificados para que morressem mais rápido, quando os soldados foram fazer isso, Jesus já havia morrido, e apenas uma lança foi inserida em seu ventre, saindo sangue e água, comprovando a sua morte.

Profecia:

“Até o próprio amigo em que eu confiava, que partilhava do meu pão, levantou contra mim o calcanhar” (Salmo 41:9)

Cumprimento:

“Judas Iscariotes, um dos Doze, foi avistar-se com os sumos sacerdotes para lhes entregar Jesus” (Marcos 14:10)

Profecia:

Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniquidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. (Isaías 53:4-12)

Cumprimento:

Evangelhos – Sacrifício de Cristo e confirmação em várias cartas, conforme alguns trechos abaixo:
“e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”. (1 João 2:2)
“o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gálatas 1:4)
“carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados” (1 Pedro 2:24)
“Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus”. (2 Coríntios 5:21)

A Ressurreição

Ainda na sexta-feira, quase sábado, José de Arimatéia, um homem rico, que não concordou com o que acontecera, pediu a Pilatos o corpo de Jesus, envolveu-o em um lençol de linho e o sepultou em um sepulcro cavado na rocha. Devido às palavras de Jesus que dizia que ressuscitaria ao terceiro dia, os chefes dos sacerdotes e doutores da lei pedira a Pilatos que guardassem o túmulo, além de lacrarem com pedra.

Sábado era o dia de descanso. No amanhecer do domingo, Maria Madalena e outras mulheres foram ao túmulo para embalsamarem Jesus. Quando chegaram no local, a pedra estava removida e Jesus não estava mais lá. Um anjo lhes apareceu e disse que Jesus havia ressuscitado. Elas correram para avisar aos apóstolos, e no caminho lhes aparecera Jesus, confirmando o anunciado pelo anjo. Inicialmente os apóstolos não acreditaram, mas Jesus os encontrou várias vezes, comprovando a sua ressurreição e determinando que o Evangelho fosse pregado a toda criatura, para que todo o que crê não pereça e tenha a vida eterna, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, até que Ele retornasse em grande glória, para julgar as nações.

Conclusão

O Estudo das Escrituras não deve terminar aqui. A leitura das cartas abrirá ainda mais o entendimento de como viviam os cristãos na antiguidade, e deve ser parâmetro para a Igreja nos dias de hoje. Infelizmente, existem denominações que não fazem o seu papel, ensinando doutrinas de homens e demônios. Por esse motivo, o cristão deve estudar a Bíblia, para saber julgar em qual denominação irá congregar, para não se contaminar com a grande corrupção que está espalhada neste mundo, a qual foi profetizada pelo nosso Senhor Jesus.

Espero ter ajudado. Mais tarde trarei o estudo do Livro de Atos. Bons estudos.

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