GÁLATAS

ESTUDO DA CARTA AOS GÁLATAS

A Galácia não era uma cidade, mas uma região da Ásia Menor, que incluía várias cidades, entre elas Antioquia, Psídia, Icônia, Listra e Derbe, evangelizadas por Paulo e Barnabé durante a primeira viagem missionária. A Carta foi escrita, provavelmente, no período de 55 à 60 a.C. Paulo defende a doutrina da justificação pela fé. Faz várias advertências contra a reversão ao judaísmo, e a vindicação do seu apostolado. Esta carta tem sido chamada por alguns escritores de “A Carta Magna da Igreja”, devido a esses argumentos de defesa à liberdade cristã em oposição ao ensino judaizante e alerta contra aos falsos mestres.

Estrutura e Tema
Gálatas contém divisões doutrinárias em seus capítulos. Na primeira seção (caps. 1-2), Paulo defende sua autoridade apostólica. Na segunda seção, doutrinária, (caps 3-4), Paulo apresenta uma série de argumentos e ilustrações para provar a inferioridade da Lei em relação ao Evangelho e ensina qual seria o verdadeiro propósito da Lei. Na terceira, aplicação prática da doutrina (caps. 5-6), Paulo exorta os gálatas a usarem adequadamente sua liberdade cristã e tomando o cuidado para não abusarem da mesma. Ao invés de dar lugar ao pecado, somente o Evangelho de Cristo fornece meios para se obter a justiça de Deus que a Lei exige.

Contexto Histórico

Os cristãos que moravam na Galácia estavam passando por momentos difíceis. Falsos irmãos, os judaizantes, estavam confundido-os com falsas doutrinas, tirando-lhes a liberdade dada por Cristo. Para conseguir convencê-los, provavelmente, colocavam em dúvida a autoridade de Paulo por ele não ser um dos doze. Porém, os judaizantes eram aproveitadores que procuravam agradar os gálatas na tentativa de persuadi-los a adotar a religião judaica; ensinavam que a salvação dependia também da Lei, principalmente da circuncisão. Segundo eles, para ser cristão, era necessário, antes, ser judeu, não necessariamente por descendência, mas por religião.
Paulo mostra-se entristecido com toda a situação. Procura defender seu apostolado que foi dado diretamente por Cristo, usando dessa sua autoridade para declarar que a doutrina dos judaizantes não era vinda da parte de Deus e devia ser considerada como anátema (Gl 1.9). O próprio Paulo ensinava a valorização das Sagradas Escrituras, que foi doutor da lei, fariseu zeloso, como ele mesmo se auto- denominou, reforçou o ensino de que a salvação ocorre pela fé na suficiência da obra de Cristo, mostrando Abraão como exemplo, assim como fez na epístola aos Romanos. Afirmou que o patriarca foi justificado pela fé e não por obediência à Lei. Tal exemplo era de grande peso para os judeus que lessem a epístola. Na seqüência, o apóstolo expõe diversos aspectos da obra de Cristo e do Espírito Santo na vida do salvo sem as imposições da Lei. Realçou que a esta era apenas uma sombra, uma direção, até que o Cristo viesse e consumasse a Sua Obra redentora.
A lei servia para regulamentar a vida dos servos de Deus num tempo em que pouco se conhecia a respeito do Senhor. É certo que ainda não O conhecemos tanto, mas nós temos o Antigo e o Novo Testamento e temos uma visão melhor do que eles tinham. “Na pleinitude dos tempos, Deus enviou seu filho” para consumar a Obra redentora. A igreja representa um estágio de maturidade do povo de Deus. Os que hoje se convertem, não precisam repetir toda a experiência de Israel no Egito, no deserto, no cativeiro, etc. Já recebemos todo o resultado desse processo através da bíblia e da pessoa de Jesus. Os gentios são "os trabalhadores da última hora" (Mt.20.1-16). Os judeus são representados pelos que trabalham desde o início do dia e ficam indignados que os que chegam no fim do expediente não tenham passado por tantas horas de labor e estejam recebendo o pagamento integral.
Paulo, porém, ao falar da liberdade em Cristo, teve o cuidado de deixar claro o limite dessa liberdade para não ser mal interpretado. Na linguagem do maligno, liberdade significa ausência de compromisso com Deus, ausência de limites. Entretanto, aqueles que se aventuram por essa trilha acabam comprometidos com Satanás e presos em suas redes e não livres. Na verdade, ele era cauteloso em todos os seus comentários e mostrava-se bastante preocupado em relação à possibilidade de que seu trabalho tivesse sido em vão naquele lugar, demonstrando, assim, seu grande amor pelos gálatas.

Personagens importantes

A carta não menciona os nomes dos judaizantes, nem dos cristãos, limitando-se na defesa da sã doutrina. Sabe-se que essa região foi evangelizada por Paulo e Barnabé.



CONCLUSÃO
Em nosso século, também podemos dizer que sofremos tanto com os “judaizantes”, quanto com os que deturpam a liberdade em Cristo. O Evangelho de Jesus Cristo tem sido desafiado por pessoas que, se dizendo crentes em Jesus, ou colocam exigências que entendem que devam ser cumpridas pelos demais, e chegam a ponto de julgar àqueles que não seguem suas doutrinas, ou não anunciam a santidade que o cristão deve ter, sendo o Tempo do Espírito Santo, envolvendo a congregação a uma liberdade maligna, sem compromisso com Deus.
Temos que ter em mente que o Evangelho de Cristo ultrapassa a Lei, e não é limitado por ela. Ficar atrelado a qualquer pré-requisito é desconsiderar a Graça de Deus que nos foi dada através da fé em Cristo Jesus. Não existe outro evangelho, somente aquele baseado na Graça de Deus. Mas temos que saber os limites da nossa liberdade para que nossa conversão seja verdadeira a cada dia, buscando alcançar o caráter de Cristo. O evangelho vivido não deve ser notado por marcas, estigmas externos, mas no coração:

Todos os que querem mostrar boa aparência na carne, esses vos obrigam a circuncidar-vos, somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo [...] As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade fingida, e em disciplina do corpo, mas não é de valor algum senão para a satisfação da carne” (Gl 6.12; Cl 2.23).
Quando Paulo diz que estava marcado com as marcas do Evangelho, não era no sentido literal, mas tem relação com seu sofrimento por amor à pregação do Evangelho, não marcas externas, apesar de, certamente, possuir algumas, devido às grandes perseguições sofridas. Temos que lembrar que somos assinalados pelo selo do Espírito Santo (Ef 1.13) e por isso, estar com o Seu templo limpo. Fomos comprados pelo preço do sangue de Jesus (1Co 6.20). A marca de Cristo não é feita externamente, mas, sim, por meio de uma vida reta e santa diante de Deus. É nessa marca que devemos nos gloriar, pois estaremos nos gloriando nEle, não em nós mesmos. "Porque dEle e por Ele, para Ele são todas as coisas!"

2 comentários:

  1. bom dia a paz do nosso Senhor Jesus Cristo, este estudo foi abençoador verdadeiramente precisamos ser imitadores de Paulo como ele foi de Cristo, devemos defender o evangelho de Jesus, tem muitos falsos profetas em nosso meio englobando também os não cristãos.

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    1. Verdade, Irmão! Existem falsos profetas, falsos pastores, falsos irmãos... precisamos ter muito cuidado, porque o joio está entre o trigo, e se disfarçam muito bem. Estejamos sempre aprofundando nosso conhecimento nos estudos que saberemos discernir. Sempre em oração e jejum. Que Deus nos abençoe!

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