PERÍODO INTERBÍBLICO

 
INTRODUÇÃO

Passar do Antigo para o Novo Testamento parece ser apenas uma questão de virar uma página, mas a distância verdadeira entre os dois Testamentos não é nada pequena. Não que Deus tenha se calado nesse período, como muitos dizem, apenas não houve inspiração Divina nos escritos, mas Deus continuou agindo e falando a seu povo. Os Escritos do Antigo Testamento se encerraram por volta de 430 a.C., quando a Judéia era uma província da Pérsia. Muitas coisas aconteceram durante esse período chamado “INTERTESTAMENTAL ou INTERBÍBLICO”. e, através dos escritos históricos vemos o trabalhar de Deus e o preparo para a vinda do Messias
O Cativeiro - A Cura da Idolatria e a formação do Cânon
A experiência do cativeiro é o fato fundamental mais efetivo e histórico, que modifica o pensamento hebraico. Deus permitiu o sofrimento do seu povo para que eles fossem curados
da idolatria. O seu problema durante o cativeiro, quando eles foram privados do Templo e dos sacerdotes, foi o de manter os altos ideais espirituais e morais dados pelos antigos profetas. Depois, durante o período intertestamentário, o problema continuou. Apesar do reavivamento, do Templo e do sacerdócio, a luta foi a de preservar a fé profética dos judeus no meio de perseguição externa e sórdidas divisões internas.
Babilônia
O fato relevante para o exílio babilônico, tem início no século VIII a.C., conforme narrativa dos capítulos finais de 2 Reis. Em 722 a.C., após um longo cerco, a cidade de Samaria, capital do Reino do Norte, caiu em poder dos assírios, deportando para a Assíria a maioria dos seus habitantes, e substituindo os restantes, pelo seu próprio povo, destruindo para sempre o Reino do Norte de Israel.
Mais de um século depois o Império Babilônico, subjuga a rebelde Judá, o fragmento remanescente do Estado originalmente criado por Davi e Salomão. Em 597 a.C. a família real é capturada e deportada para a Babilônia, junto com a maioria da população de Jerusalém. Em 587 a.C., a cidade é destruída, o Templo é reduzido a cinzas, e Judá apagado das páginas da História.
A comunidade judaica na Babilônia cresceu e prosperou, até o século X d.C., apesar de episódios de perseguições, e dando ao judaísmo alguns dos mais autorizados pesquisadores e comentadores da Lei.
Na Babilônia, uma das principais ocupações era o estudo e cópia dos documentos que escaparam ao incêndio do Templo e foram levados pelos judeus para o cativeiro. A Arca da Aliança ( o trono de Iahweh no Santo dos Santos ) e seu conteúdo ( a evidência física da Aliança ) tinham desaparecido para sempre. A única prova material da existência de Israel passa a ser a palavra escrita. Daí a importância de organizar essa palavra como substituto para as outras evidências concretas então perdidas. Inicia-se a composição de um cânon escritural formal (que só será fechado no segundo século d.C.).
Persas – 430 – 331 a.C
Ciro, o persa, conquista a Babilônia. Sua estratégia consiste em permitir que os povos subjugados mantenham seus costumes, sua identidade nacional. Deu permissão para que um grupo de exilados retornasse à sua pátria, Jerusalém, e reconstruísse o Templo, que somente ficou pronto em 516 a.C. Cerca de 70 anos depois, sob Neemias, os muros de Jerusalém foram reconstruídos.
Ao encerrar-se o A T., lá pelo ano de 430 a.C, a Judéia era uma província da Pérsia. Esta havia sido potência mundial uns 100 anos. Continuou a sê-la por outros 100 anos, durante os quais não se conhece muito acerca da história judaica. O domínio pérsico, na sua maior parte, foi brando e tolerante, gozando os judeus de considerável liberdade.
Artaxerxes I, 463-423 a.C. sob seu governo, Neemias reconstruiu Jerusalém.
Xerxes II, 423 a.C.. Artaxerxes II (Mnemom), 404-359 a.C. Artaxerxes III (Ocos), 358-335 a.C, Dario III (Codomano), 335-331 a.C. Sob o governo deste, o império persa caiu.
Grego – 331 – 167 a.C
Alexandre Magno 336 a.C ,mostrou muita consideração pelos judeus, e depois de sua morte, a Palestina passou pelas mãos da Síria e Egito, permanecendo no controle do último até 198 a.C. No reinado do Egito, a condição dos judeus também foi feliz e pacífica. Em 198 a.C., Antíoco, o Grande, reconsquistou a Palestina, que voltou para os reis da Síria, chamados “selêucidas”.
Antioco IV Epífanes
A vida religiosa judaica, durante o século III a.C., veio a ser perturbada pela disputa política entre a dinastia seleucida, baseada na Síria, e a dinastia ptolemaica, baseada no Egito. Em 198 A.C. Antioco III da Síria, tomou a Palestina, sendo bem recebido pela parcela pró-selêucidas de Jerusalém, principalmente porque Antíoco promulgou decretos garantindo o direito dos judeus de viverem a Lei Mosaica e preservando a santidade do Templo. Em 190 a.C., Antíoco é derrotado pelos romanos na Ásia Menor, e foi assassinado em 187 a.C. Seu filho Antíoco IV Epífanes, é seu sucessor.
Antíoco IV foi persuadido com suborno, a afastar o sumo sacerdote Onias, e a nomear o irmão deste, Jasão, que sendo helenista, fez o rei garantir a Jerusalém a condição de polis grega, com instituições cívicas apropriadas.
Os fiéis judeus, ficaram escandalizados com os novos costumes helênicos. Por exemplo, os jovens judeus no novo ginásio, participavam das competições atléticas, desnudos, como era o costume grego dos jogos olímpicos. Mais ainda, quando Jasão é substituído, por efeitos de suborno, por Menelau, que não era membro dos saduceus, a família com direito hereditário ao sumo sacerdócio.
A disputa partidária entre Jasão e Menelau, levou Antioco IV, a reprimir com violência as lutas internas, reduzindo Jerusalém a condição de cidade-quartel, concentrando tropas sírias na “cidadela” , uma fortaleza no topo do monto do Templo. Em 169 A.C., promulgou um edito em favor da completa helenização da Judéia, proibiu a circuncisão, a observância do “shabbath” e a posse da Torá sob pena de morte; o Templo foi consagrado a Zeus, e realizavam-se sacrifícios de animais impuros ao deus pagão em seu altar.
Sobre o judaísmo caíram o horror e o desânimo. Pela primeira vez na história, os judeus eram sujeitados à morte apenas por tentar pratica a sua fé. Estes eventos estimularam a redação de Daniel 7-12, em que são apresentados sob disfarce, que se tornou o padrão da maioria da literatura apocalíptica ulterior.
Período Macabeu – Independência 167 – 63 a.C
Num lugarejo a noroeste de Jerusalém, um velho sacerdote chamado Matatias desfiou a ordem do rei de fazer sacrifícios públicos aos deuses pagãos e matou o funcionário encarregado de obrigá-lo. Refugiou-se nas colinas rugosas da Judéia, com a família, para fazer guerrilha contra os helenizantes. Inicia-se a tradição dos Macabeus, porque um dos filhos de Matatias era apelidado Macabeu (martelo). A história é contada em dois livros não incluídos no cânon judaico – 1 e 2 Macabeus. Matatias faleceu em 164 a.C.. Judas Macabeus, em dezembro de 164 a.C. estabelece o controle sobre toda a Judéia, conseguindo tomar Jerusalém. O templo foi purificado e o sacrifício restaurado, um evento celebrado ainda no festival de Hanukkah (festa da dedicação). Judas uniu em si a autoridade sacerdotal e a civil, e assim estabeleceu a linhagem dos sacerdotes-governamentais hasmoneanos, que pelos seguintes 100 anos governaram uma Judéia independente. Foram: Matatias, 167-166 a.C.; Judas 166-1661; Jônas, 161-143; João Hircano I, 135-104, filho de Jônatas. Aristóbolo e filhos, 104-63, indignos do nome dos Macabeus.
Período Romano – 63 a.C ao tempo de Cristo
No ano 63 a.C. a Palestina foi conquistada pelos romanos sob as ordens de Pompeu. Antipator, idumeu (edomita, descendente de Esaú) foi designado governador d Judéia. Sucedeu-lhe seu filho Herodes, o Grande, que foi rei da Judéia, 37-4 a.C. Herodes, para obter o favor dos judeus, reedificou o Templo com grande esplendor. Mas era brutal e cruel. Foi este o Herodes que governava Judá quando Jesus nasceu, e que trucidou os meninos de Belém.
Complementos
Helenismo
São escassas as informações da vida da Judéia, sob domínio persa, nos séculos IV e III a.C. Entretanto, sobre o povo judeu, forte influência faz a conquista do Oriente Próximo, por Alexandre Magno, em 333 a.C., derrotando os exércitos persas. Na Judéia, os judeus aceitam de bom grado o domínio grego.
Com a morte de Alexandre, Ptolomeu e Seleuco, e seus descendentes, iniciam as dinastias dos ptolemaicos e seleucidas, respectivamente.
Com os gregos chegam a rápida helenização dos povos, a cultura grega seguia os soldados gregos. O “helenismo”, o nome dado ao complexo de valores, crenças e práticas com os quais os gregos ordenavam suas vidas, foi bem aceito em quase todo o mundo conquistado. Os principais portadores do helenismo são a língua e as instituições. O grego simplificado, chamado “Koine” tornou-se a língua franca do Oriente Próximo, mesmo depois da conquista romana, em especial nas regiões orientais. Vemos aqui a preocupação de Deus em facilitar a pregação do Evangelho, pois o Novo Testamento foi escrito nessa língua.
A polis, é outro instrumento de helenização dos povos, o conceito de cidade, cidadão, cidadania. De modo geral, todos os homens livres residentes numa tal cidade eram considerados cidadãos. Eles elegiam um conselho, que por sua vez, indicada os magistrados, que lhe prestavam contas. As mulheres, as crianças e os escravos eram excluídos da vida política da cidade, mas eram beneficiados pelos equipamentos públicos da cidade - teatros ao ar livre, ginásios, banhos, estádios, mercados e templos.
As polis eram projetadas e implantadas, segundo planos de trabalho, diferentemente das cidades orientais do Oriente Próximo, que refletiam um crescimento irregular. Quando um lugar era tomado e transformado numa polis, os seus equipamentos eram modificados e a sua vida pública, adaptada em algum grau.
No Oriente Próximo, pelo menos uma 30 cidades foram fundadas, segundo o esquema dos gregos. A principal cidade grega foi Antioquia, na foz do rio Oronte, na costa síria, que cresceu a ponto de rivalizar com Roma e Alexandria, cidade construída por Alexandre. Tornou-se, segundo o relato de Atos dos Apóstolos, o primeiro centro da atividade missionária. Também teve importância, Decápole, uma federação de dez cidades localizada no leste da Transjordânia, ao sul do mar da Galiléia.
No século em que a Palestina e o Egito estavam sob o mesmo regime, dinastia ptolomaica, os judeus tinham relativa facilidade de movimentação entre ambos os territórios. Muitos judeus que deixaram a Palestina e foram para o Egito nunca voltaram, assentando-se permanentemente ali e participando da Diáspora. Não era desconhecida a vida no exterior, alguns já tinham feito isso nos tempos da Monarquia, mas nestas condições mais favoráveis, houve grande aumento na taxa de migração. Soldados mercenários, aventureiros, escravos capturados ou comprados, artesãos, trabalhadores agrícolas e mercadores judeus espalharam-se por todo o leste do Mediterrâneo e do Oriente Próximo.
A maior cidade helênica, Alexandria, agiu como um imã na atração de judeus, que cedo formaram nela uma grande e florescente comunidade. Embora não fossem membros da comunidade grega, se integraram bem e pacificamente à vida da polis. Não falavam o aramaico, mas grego, e a sua cultura foi significativamente penetrada e alterada pela grega. Destinava-se à Alexandria, a tradução das escrituras hebraicas para o grego, essa obra, que começou na metade do século III a.C., e percorreu o século II, deu origem.
A Religião Judaíca na DiásporaSurgimento da Sinagoga
A fé judaica era tolerada e respeitada nestes países estrangeiros. E até atraía convertidos. Os judeus gozavam de privilégios especiais, como a permissão de observar o “Sabbath”, coletar e administrar impostos para seu próprio uso e arbitrar disputas legais entre membros do seu grupo. Por acordo, estavam isentos de prestar sacrifícios aos deuses nacionais e cívicos. Ser judeu significava seguir a Lei Mosaica e reconhecer o Templo em Jerusalém, como centro legitimador de sua tradição, enviar o imposto anual de manutenção do Templo (meia moeda de prata ), e ir a Jerusalém pelo menos para uma das três festas anuais de peregrinos.
Na Diáspora, surge a sinagoga, o lugar onde os judeus podem celebrar a sua fé de maneira pública e regular, uma instituição que não fazia parte da ordem bíblica da vida e que não se desenvolveu como uma entidade separada até depois do período de Malaquias. Sua origem é obscura, mas suas raízes retrocedem ao cativeiro quando os judeus que estavam sem o templo e os seus rituais, reuniam-se aos sábados para orar. Tais reuniões, que davam oportunidade à leitura das Escrituras, exigiam certa ordem de procedimentos como também certa autoridade para evitar a desordem. O principal objeto de veneração é um rolo com palavras escritas Seja qual for sua origem exata, a sinagoga, sem dúvida, cresceu a partir da necessidade da situação na qual os judeus se encontravam durante os últimos séculos antes da era cristã. Serviu ao propósito vital de manutenção de familiares com as escrituras inspiradas.
Na época do N.T., havia sinagogas em toda parte da Diáspora, inclusive na Palestina, são instituições diferentes do Templo, com seu próprio modo de vida. Afirma-se que as primeiras pregações cristãs aconteceram nas sinagogas. Portanto, quando da destruição do Templo, outra vez, em 70 d.C., a sinagoga estava pronta para assumir a plena responsabilidade de representante da fé judaica, e incidentemente, servir de modelo para a igreja emergente do N.T.
Embora estivessem bem adaptados, os judeus não podiam engolir a religião grega, por ser politeísta, idólatra e carente de ensinamento ético. Do mesmo modo, ela nada tinha a dizer sobre o destino dos judeus. Quase não há helenismos no A.T, a não ser nada nos Apócrifos e Pseudoepígrafos.
A Crença na Ressurreição
A crença na ressurreição é uma das principais idéias novas do período intertestamentário, que sobreviveu para entrar na corrente principal do judaísmo. Segundo o A.T., cada indivíduo é um todo vivo indivisível. Todo o destino dos seres humanos se cumpre aqui na terra, feita expressamente para abrigá-los; ao morrer, eles vão para o sombrio mundo inferior, o Sheol, onde ficam para sempre. O mais importante corolário deste pensamento, é o princípio segundo o qual todas as recompensas e punições são dadas aqui na terra, com a justiça divina garantindo que sejam distribuídas de acordo com os méritos pessoais do indivíduo. A afirmação de vida após a morte no cânon judeu aparece bem mais tarde, em Daniel 12,2, escrito na Palestina cerca de 164 a.C. Não havia dúvida de que Deus pudesse reviver mortos, ou mesmo livrar da morte, como no caso de Elias e Enoque.
Se houve crença na ressurreição, não havia com certeza acordo quanto a quem seria ressuscitado. A idéia popular era de que somente os justos de Israel voltariam, em forma corporal, para gozar de uma perfeita segunda vida na terra, deixando as outras nações padecendo no Sheol, no Dia do Juízo, no fim dos tempos. A idéia, entretanto, era um tipo de punição, que aos poucos foi evoluindo, para tornar-se comum acreditar que os mortos indignos teriam consciência da exclusão e sofreriam com isso. É uma distância muito curta do conceito de Inferno, como local criado especificamente para os sofrimentos intermináveis do físico e da mente. As pessoas que viviam em Jerusalém, tinham uma visão clara da analogia do Inferno, através da “Geena”, o depósito de lixo da cidade, situado na ravina do Vale de Hinnon, com sua nuvem de fumaça tóxica e seus incêndios constantes.
Dualismo ético e cósmico
É mais uma modificação essencial da tradição do A.T. O dualismo ético vê o mal de forma generalizada, como um princípio que equilibra o princípio do bem e a ele se opõe; explica a presença do mal atribuindo-o a algum agente em ação neste mundo que o patrocina e visa aumentá-lo. O dualismo cósmico apenas projeta essa situação no âmbito universal, fazendo dos agentes do bem e do mal antagonistas que lutam não somente pela posse da alma do homem, como também pela vitória final sobre toda a criação.
O zoroastrismo persa, é presumivelmente a fonte destas idéias para o judaísmo. Os autores do bem e do mal são respectivamente Ahura-Mazda e Angra Mainyu. Para os judeus, o autor do mal é personificado de várias maneiras - Satanás, Mastema, Azazel, Beliar, ou nos evangelhos sinóticos, Belzebu.
No A.T., a figura do “satanás” - a palavra hebraíca significa “adversário” - é apenas um dos membros da corte celestial. É adversário da humanidade, não de Deus. Como Deus tinha anjos para fazer o seu trabalho aqui embaixo, o autor do mal tinha demônios de vários tipos para fazer o seu. Em algumas concepções, a terra deixa de ser o lar designado e próprio da humanidade e se torna um lugar de provações em que as forças do mal operam sem empecilhos.
Fariseus e Saduceus
No desenvolvimento do judaísmo nos dois últimos séculos antes de Cristo, se faz através de sectarismos, de seitas. São os fariseus e saduceus, entre outros.
Os fariseus se originam provavelmente dos hassideus, de “hasidim”, os fiéis, nos primórdios do período asmoneu. Chamavam a atenção pela sua piedade estrita e pelo zelo à Lei de Moisés. Acreditavam que a Lei deveria governar todos os momentos da vida, por isso tinham de encontrar meios para adaptá-la a novas circunstâncias, o que os tornou os principais defensores da tradição oral.
Eram liberais aceitando a ressurreição corporal seguida de recompensa ou castigo, e uma forma de predestinação em que os seres humanos são responsáveis pela própria escolha do bem ou do mal. Interessado na conduta e fé, depositando suas esperanças no mundo por vir, não tinham alvos políticos nem se opunham ao governo estrangeiro em si.
Seu principal campo de atividade era a sinagoga, não o Templo. Depois da destruição deste, estavam em condições de iniciar a reconstrução do judaísmo, o que fizeram em Jâmnia ao completar o canôn escriturístico. O judaísmo de hoje é um legado dos fariseus.
A maioria dos cristãos hoje tem uma visão distorcida dos fariseus, porque após o período de 70 d.C., os fariseus tornaram-se guardiões do judaísmo, e entraram em conflito com os cristãos
Os saduceus são um grupo menor, de conservadores religiosos e políticos, cujo principal interesse era o culto sacrificial no Templo. Muitos deles eram bem abastados e tinham boas relações com as autoridades. Rejeitavam o conceito de Lei oral e negavam a possibilidade devir a haver uma ressurreição e um julgamento dos mortos.
Tanto os fariseus quanto os saduceus serviam no Sinédrio, presidido pelo sumo sacerdote e portador do poder religioso e civil. Com a destruição do Templo, os saduceus desaparecem visto que sua base de sustentação desaparece.
Os Escribas
Os escribas eram copiadores das Escrituras. Sua profissão era antiquíssima e de grande importância antes do advento da imprensa. Como classe regularmente organizada, pensar-se que primeiro surgiram durante o exílio. Sua função era estudar, interpretar, tanto quanto copiar as Escrituras. Em virtude de sua familiaridade minuciosa com a lei, chamavam-se também doutores dela e eram reconhecidos como autoridades. As decisões de escribas eminentes tornaram-se lei oral, ou “tradição”. Bem numerosos no período dos Macabeus, vieram a ser muito influentes no meio do povo.
A Grande Sinagoga
É o nome pelo qual se designa o conselho composto de 120 membros, que se diz Ter sido organizado por Neemias, cerca de 410 a.C., sob a presidência de Esdras, com o propósito de reconstituir o culto e a vida religiosa dos cativos repatriados, e ao qual a tradição atribui importante papel no ajuntar, grupar e restaurar os livros canônicos do A.T. Pensa-se que foi uma corporação que teve continuidade e governou os judeus repatriados até mais ou menos 275 a.C.; depois deu lugar ao sinédrio.
O Sinédrio
O conselho supremo, reconhecido, dos judeus no tempo de Cristo. Pensa-se que sua origem data do 3º século a.C. Compunha-se de 70 membros, na maioria sacerdotes e saduceus nobres, alguns fariseus, escribas e anciãos, presidido pelo sumo sacerdote. Desapareceu com a destruição de Jerusalém, 70 d.C.

CONCLUSÃO
A leitura do Novo Testamento pode ficar um pouco confusa se não houver um conhecimento dos acontecimentos do Período Interbíblico. Certas citações como fariseus, escribas, saduceus, sinédrio, entre outros, surgiram durante esse período e não há comentários e explicações no Novo Testamento sobre eles. Para um estudante de Teologia, o estudo sobre esse assunto é de fundamental importância, não só para uma boa compreensão do N.T, mas também um pleno entendimento de toda a História da Igreja.

3 comentários:

  1. quais foram as referências utilizadas na elaboração do texto?

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  2. Amigo, não me lembro de todas as referências, mas uma delas é
    Cabral.J. Introdução Bíblica, Rio de Janeiro: Universal Produções, 1986

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  3. Qual a importância da Sinagoga,Sinédrio e dos partidos políticos no Período Inter bíblico ?

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