LIVROS HISTÓRICOS - JUÍZES

JUÍZES


INTRODUÇÃO


O livro de Juízes conta a história de Israel desde a conquista da terra de Canaã até o começo da monarquia. Nesse tempo surgiram os "juízes", que eram principalmente chefes, militares, mas também resolviam as questões legais do povo.

Este livro ensina que o povo de Israel só continuaria a existir se fosse fiel a Deus, enquanto que a infidelidade sempre levaria à desgraça. Porém há mais do que isso. Mesmo quando a nação era infiel, e a desgraça vinha, Deus estava sempre pronto a salvar o seu povo quando eles se arrependiam e voltavam para Ele.


AUTOR DO LIVRO


Na ausência de informação precisa, várias sugestões têm sido apresentadas com respeito ao autor do livro dos Juízes. Ao estudá-lo detalhadamente, o que se perceber é que é uma obra de um só autor, como prova o esquema delineado e fielmente seguido em toda a narração. O autor, porém, não podia ter sido testemunha de tudo o que narra,
já que sua história abrange um período de quase dois séculos. Utilizou, portanto, documentos preexistentes e de tradições orais. A sua fidelidade às várias fontes se manifesta na concisão com que narra fatos de máxima importância e que um escritor menos escrupuloso teria ampliado a seu bel-prazer. A opinião mais aceita é que Samuel, além de seu cargo de profeta ou vidente, compilou o livro.


DATA DO LIVRO


Pode-se crer que o livro foi feito nos primeiros anos do reinado de Saul. Com efeito, quatro vezes observa-se nos apêndices que os inconvenientes narrados aconteceram quando "em Israel não havia rei e cada um fazia o que lhe agradava". Tal coisa só podia ter sido escrita nos primeiros tempos da monarquia, quando ainda se gozava dos seus bons efeitos e não pesavam os problemas que sobreviriam mais tarde


TEMA


O Ciclo Constante da Apostasia, Castigo, Arrependimento e Libertação.


FRASE CHAVE


“E fez, Israel, o que era mal aos olhos do Senhor”. Essa frase é muito repetitiva no livro de Juízes. O povo pecava e Deus permitia que seus inimigos prevalecessem sobre eles. Aí, eles sentiam a falta de Deus, e buscavam a Sua face, se humilhando e chorando. Deus ouvia o clamor de Seu povo e levantava um homem, um juiz, para libertar o povo das mãos dos seus inimigos, mas depois que esse homem morria, Israel voltava a praticar o que era mal aos olhos do Senhor e esse fato se repete durante todo o livro.

CONTEXTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO


O livro dos Juízes contém a história dos doze juízes que governaram Israel desde a morte de Josué até à época de Eli e Samuel. Eles não formaram uma série ininterrupta, mas eram chamados pelo Senhor segundo as necessidades. Eram uma espécie de "ditadores" que, cumprida a missão libertadora, continuavam a exercer autoridade sobre o povo pelo resto da vida. Não dominavam sobre todo o povo, mas só nas tribos que libertavam do inimigo; desta forma não é impossível que alguns juízes exercitassem ao mesmo tempo sua função. Os acontecimentos abrangem um período de aproximadamente 400 anos.


Juízes é um livro valioso pelas provas históricas que apresenta sobre o desenvolvimento da religião de Israel durante os primeiros anos da conquista. O livro abrange períodos de transição que se iniciam com a vida incerta e desintegrada das tribos, até organizar-se uma federação que, finalmente, culminou na formação da monarquia. As lutas das diversas tribos, com seus problemas individuais, no meio de uma população estrangeira, são vistas com maior clareza nos Juízes do que no Pentateuco ou em Josué. Mediante convite feito a duas tribos ou mais para realizar uma ação conjunta, vários dos juízes prepararam o caminho para a união das doze tribos na futura monarquia.


TEOLOGIA DO LIVRO


Como Juízes é uma continuação do livro de Josué, vamos dar uma recapitulada no livro anterior. Vimos que Deus havia falado para Israel não se achegasse ao resto das nações que ainda haviam ficado, fazendo com eles concerto (Ex 34:12), mas as destruíssem totalmente (Dt 7:2), e que destruíssem seus altares (Dt 7:5) e, também, não se casasse entre eles (Ex 34:16; Dt 7:3), pois Deus não continuaria mais a expelir as nações de diante deles, mas elas seriam laço, por causa de seus deuses (Dt 7:4; Js 23:12-13 e Jz 2:3), e se caíssem nesse laço, adorando àqueles deuses, traspassando Seu concerto, então, a ira do Senhor se levantaria (Js 23:16). E foi o que aconteceu após a morte de Josué e dos anciãos. Israel teve comunhão com as nações e casando-se entre si (Jz 3:6) e Deus cumpriu Sua Palavra e ainda avisou antes (Jz 2:1-3); Ele não mais expeliu aquelas nações de Canaã para prová-los (Jz 3:1). Israel quebrou o concerto com Deus quando adorou aqueles deuses (2:12-13) e a ira do Senhor se acendeu contra Seu povo (2:14-15). A partir daí, quando o povo é entregue nas mãos das nações ao redor, para as servir, eles clamam o Santo Nome do Senhor e Deus levantava os Juízes para libertá-los (2:16), porém, quando os Juízes morriam, eles voltavam a praticar idolatria e Deus os entregava novamente nas mãos dos seus inimigos.


Enquanto Israel foi fiel ao Senhor, encontrava-se feliz. O contrário acontecia quando se apartava dEle. Com isto dá-nos a conhecer a finalidade do autor: afastar eficazmente os israelitas do culto idolátrico.


CONCLUSÃO

O livro dos Juízes apresenta uma filosofia da história que requer a atenção do crente moderno. O descuido das ordenanças do Senhor e a adoração de deuses falsos conduzem ao castigo, ao passo que o arrependimento sincero proporciona o favor divino. O fato de que Deus trata com a nação em face da atitude desta para com as leis morais divinas, merece hoje nossa consideração.
























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